Na Folha de segunda-feira, declaração de Marco Aurélio Cunha após o 0 a 0 de SPFC e C* pelo Paulistão 2008. "Era previsível, uma vez que nas últimas arbitragens ele tem sido prejudicial ao SPFC. Por isso, esperamos que (...) evitem a escalação dele em clássicos do SPFC."
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Fui atrás dos números. Peguei de 2004 para cá porque eram os dados do Brasileirão mais à mão no site da CBF -- também porque o Porco não disputou a Série A de 2003. Temos
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Paulistão, 15.2.2004, SPFC 1 x 0 C* (Cleber Wellington Abade)
Brasileiro, 30.5.2004 SPFC 1 x 1 C* (Paulo Cesar de Oliveira)
Brasileiro, 27.6.2004 Palmeiras 2 x 1 SPFC (Sálvio Spínola Fagundes Fº)
Brasileiro, 10.7.2004 Santos 2 x 1 SPFC (Luis Marcelo Vicentin Cansian)
Brasileiro, 19.9.2004 C* 0 x 0 SPFC (Sálvio Spínola Fagundes Fº)
Brasileiro, 2.10.2004 SPFC 2 x 1 Palmeiras (Sálvio Spínola Fagundes Fº)
Brasileiro, 24.10.2004 SPFC 1 x 0 Santos (Wilson Luiz Seneme)
Paulistão, 20.2.2005 SPFC 3 x 0 Palmeiras (Wilson Luiz Seneme)
Paulistão, 27.2.2005 SPFC 1 x 0 C* (Silvia Regina de Oliveira)
Paulistão, 3.4.2005 Santos 0 x 0 SPFC (Wilson Luiz Seneme)
Brasileiro, 8.5.2005 C* 1 x 5 SPFC (Wilson Luiz Seneme)
Brasileiro, 17.7.2005 Santos 2 x 1 SPFC (Sálvio Spínola Fagundes Fº)
Brasileiro, 4.8.2005 SPFC 3 x 3 Palmeiras (Cleber Wellington Abade)
Brasileiro, 22.10.2005 SPFC 1 x 2 Santos (Leonardo Gaciba da Silva)
Brasileiro, 24.10.2005 SPFC 1 x 1 C* (Carlos Eugênio Simon)
Brasileiro, 12.11.2005 Palmeiras SP 2 x 1 SPFC (Djalma Beltrami)
Libertadores, 18.5.2005 Palmeiras 0 x 1 SPFC (Sálvio Spínola F. Fº)
Libertadores, 25.5.2005 SPFC 2 x 0 Palmeiras (Sálvio Spínola F. Fº)
Paulistão, 5.2.2006 SPFC 4 x 2 Palmeiras (Cleber Wellington Abade)
Paulistão, 12.3.2006 SPFC 2 x 1 C* (Sálvio Spínola Fagundes Fº)
Paulistão, 2.4.2006 SPFC 3 x 1 Santos (Rodrigo Martins Cintra)
Brasileiro, 7.5.2006 C* 1 x 3 SPFC (Carlos Eugênio Simon)
Brasileiro, 24.5.2006 SPFC 4 x 1 Palmeiras (Carlos Eugênio Simon)
Brasileiro, 30.7.2006 SPFC 0 x 4 Santos (Leonardo Gaciba da Silva)
Brasileiro, 10.9.2006 SPFC 0 x 0 C* (Heber Roberto Lopes)
Brasileiro. 24.9.2006 Palmeiras 3 x 1 SPFC (Cleber Wellington Abade)
Brasileiro, 5.11.2006 Santos 0 x 1 SPFC (Paulo Cesar de Oliveira)
Libertadores, 26.4.2006 Palmeiras 1 x 1 SPFC (Carlos Eugênio Simon)
Libertadores, 3.5.2006 Palmeiras 0 x 2 SPFC (Wilson de Souza Mendonça)
Paulistão, 11.2.2007 SPFC 3 x 1 C* (Paulo Cesar de Oliveira)
Paulistão, 11.3.2007 Santos 1 x 1 SPFC (Antonio Rogério B. do Prado)
Paulistão, 1.4.2007 SPFC 3 x 1 Palmeiras (Wilson Luiz Seneme)
Brasileiro, 27.5.2007 SPFC 0x 0 Palmeiras (Sálvio Spínola Fagundes Fº)
Brasileiro, 24.6.2007 Santos 0 x 2 SPFC (Paulo Cesar de Oliveira)
Brasileiro, 14.7.2007 C* 1 x 1 SPFC (Paulo Cesar de Oliveira)
Brasileiro, 29.8.2007 Palmeiras 0 x 1 SPFC (Djalma Beltrami)
Brasileiro, 15.9.2007 SPFC 2 x 1 Santos (Sálvio Spínola Fagundes Fº)
Brasileiro, 7.10.2007 SPFC 0 x 1 C* (Leonardo Gaciba da Silva)
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Resumo da ópera
13 juízes apitaram os últimos 38 clássicos do SPFC no Paulistão, no Brasileiro e na Libertadores. Quem mais fez o SPFC vencer nesse período foi o... Sálvio.
O que mais apitou: Sálvio (9 jogos).
Nas partidas apitadas pelo Sálvio, o SPFC venceu 55,5% dos jogos.
No total de partidas, venceu 52,6% dos jogos.
Se ficarmos nas partidas sem o Sálvio (29 jogos), venceu 51,7% dos jogos.
Aproveitamento de pontos do SPFC nesses 38 jogos: 61,4%.
Aproveitamento por árbitro (tirei da lista aqueles que apitaram apenas 1 jogo para não distorcer tanto):
1) Wilson Luiz Seneme (80%).
Do total de pontos disputados com ele, o time ganhou 80%.
2) Paulo Cesar de Oliveira (73,3%)
3) Carlos Eugenio Simon (66,6%)
4) Sálvio Spínola Fagundes Filho (62,9%)
todos acima da média de aproveitamento do clube nesses 38 jogos.
5) Cleber Wellington Abade (58,3%)
13) Leonardo Gaciba da Silva (0%).
Com ele, o SPFC nem sequer empatou.
***
Resumo: o Sálvio sempre foi bom negócio para o SPFC.
***
Separo as 7 maiores polêmicas envolvendo o SPFC nos últimos 38 jogos contra os grandes do estado. Curiosamente, somente uma foi desfavorável ao clube (a ordem é cronológica) e 5 envolveram o Sálvio. O que penso: o Sálvio errou tanto a favor do SPFC que, quando supostamente errou contra, eles ficaram possessos...
***
1. Palmeiras 2 x 1 São Paulo (27.6.2004 Brasileiro)
Despedida de Vágner Love, Pacaembu, o Palmeiras vencia por 1 a 0 e no fim do 1º tempo um pênalti, que a imprensa disse não ter existido, em cima de Luís Fabiano. O goleiro Sérgio defendeu.
Juiz: Sálvio Spínola 2.
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C* 0 x 0 SPFC (19.9.2004 Brasileiro)
Na Folha:
"Enquanto Emerson Leão culpava a baixa qualidade (...), os corintianos preferiram apontar Sálvio Spínola como o vilão pelo 0 a 0 enfadonho no Morumbi. Tanto o técnico Tite quanto o vice-presidente de futebol do Corinthians, Antonio Roque Citadini, culparam o árbitro pelo empate com o São Paulo. 'O São Paulo é louco para levar fita para reclamar de arbitragem na CBF. A gente devia pegar a fita desse jogo para mostrar o pênalti no Edson' (...) ", disse o dirigente.
Juiz: Sálvio Spínola
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3. SPFC 2 x 0 Palmeiras (25.5.2005 Libertadores)
Na Folha:
"Em contra-ataque, Juninho recebeu bola no meio da defesa são-paulina e foi puxado por Josué, que acabou expulso. (...) Correa se livrou de Mineiro e foi atingido pelo volante são-paulino na risca da área. O árbitro não deu o pênalti, e a pressão esfriou..."
Nota: a essa altura, o jogo estava 0 a 0 e o Palmeiras com um jogador a mais em campo.
Juiz: Sálvio Spínola
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4. SPFC 2 x 1 C* (12.3.2006 Paulistão)
Na Folha:
Juca Kfouri diz que juiz não mandou voltar pênalti batido pelo Rafael Moura (sofrido por Nilmar) em que Ceni se adiantou.
Juiz: Sálvio Spínola
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5. SPFC 2 x 1 Palmeiras (3.5.2006 Libertadores)
Na Folha:
"Eram 38min do 2º tempo (...) Mas após o árbitro Wilson Souza Mendonça interceptar, sem querer, bola tocada por Gamarra a Marcinho Guerreiro e mudar a posse de bola (...). A expulsão (do atacante Leandro) foi um dos raros acertos de um Mendonça, que cansou de errar. Não deu um pênalti do são-paulino Fabão em Washington no primeiro tempo. Nem o toque de mão de Wendel, do Palmeiras, no segundo. (...) 'A gente é profissional, e eles são uns merdas', disse o atacante, que também usou de ironia. 'Eu adorei. Ele me roubou e eu adorei. Eu estou contente. A gente tinha que perder, não tinha?' Depois da palavras duras de Edmundo, as reclamações palmeirenses prosseguiram. 'Ele sabe o que fez. Ele roubou a bola para o SPFC, deu o ataque e deu o pênalti. Saímos desclassificados por infelicidade do árbitro', disse o zagueiro Thiago Gomes. (...) As reclamações dos palmeirenses já haviam sido precedidas de protestos feitos diretamente a Mendonça, logo após o apito final. A confusão acabou com a expulsão de Marcinho Guerreiro."
Juiz: Wilson Souza de Mendonça
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6. SPFC 0 x 0 Palmeiras (27.5.2007 Paulistão)
Edmundo dá uma entrada violenta em Miranda e não recebe nem o amarelo. Depois, foi punido pelo STJD com dois jogos de suspensão.
Juiz: Sálvio Spínola
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7. Palmeiras 0 x 1 SPFC (29.8.2007 Brasileiro)
Jogo-chave no campeonato, bandeira anula gol legítimo de Max, do Palmeiras.
Juiz: Djalma Beltrami
28.1.08
27.1.08
39. Juízes...
Estratégia do SPFC é a de sempre, em todo começo de campeonato: pressão sobre a arbitragem. Vai ser assim na Libertadores, onde argentinos se dão melhor nisso, vai ser assim no Brasileirão. Às vezes, com cenário para questionar (como no jogo de 27.01 contra o C*). Às vezes, nem precisa de tanto. O que penso? Que a estratégia funciona.
***
Para a normalmente preguiçosa imprensa esportiva correr atrás: Marco Aurélio Cunha disse que Sálvio apitou vários clássicos envolvendo seu clube e sempre de forma prejudicial. Quantos? Com que resultados? Quais foram os lances decisivos? Ou mesmo erros menores?
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Para a normalmente preguiçosa imprensa esportiva correr atrás: Marco Aurélio Cunha disse que Sálvio apitou vários clássicos envolvendo seu clube e sempre de forma prejudicial. Quantos? Com que resultados? Quais foram os lances decisivos? Ou mesmo erros menores?
20.1.08
38. Paulistão 2008, público
Rodada 1
C* 3 x 0 Guarani (29,0 mil)
Guaratinguetá 1 x 2 SPFC (13,7 mil)
Palmeiras 3 x 1 Sertãozinho (8,0 mil) -- em Barueri
.
Rodada 2
São Caetano 3 x 1 C* (7,6 mil) -- em Mogi
SPFC 1 x 0 Rio Preto (14,3 mil)
Santos 0 x 0 Palmeiras (11,4 mil)
.
Rodada 3
C* 2 x 0 Paulista (9,4 mil)
Ituano 1 x 1 SPFC (10,3 mil)
Marília 0 x 1 Palmeiras (8,1 mil)
.
Rodada 4
C* 0 x 0 SPFC (41,2 mil)
Palmeiras 2 x 2 Mirassol (6,9 mil) -- Barueri
.
Rodada 5
Palmeiras 0 x 1 Ituano (12,8 mil) -- em Piracicaba
Sertãozinho 0 x 0 C* (25,4 mil)
SPFC 3 x 1 Rio Claro (6,0 mil)
.
Rodada 6
C* 0 x 0 Mirassol (17,4 mil)
Ponte Preta 0 x 0 SPFC (15,3 mil)
Noroeste 1 x 0 Palmeiras (10,0 mil)
.
Rodada 7
Palmeiras 0 x 3 Guaratinguetá (12,5 mil) -- SJ Rio Preto
Barueri 1 x 1 C* (10,5 mil)
SPFC 1 x 1 São Caetano (6,1 mil)
.
Rodada 8
SPFC 3 x 2 Santos (17,6 mil)
Ituano 1 x 2 C* (10,8 mil)
Palmeiras 3 x 1 Guarani (13,0 mil) -- SJ Rio Preto
.
Rodada 9
Marília 3 x 2 SPFC (9,6 mil)
C* 1 x 1 Bragantino (24,7 mil)
Juventus 0 x 4 Palmeiras (20,8 mil) -- Ribeirão Preto
.
Rodada 10
Rio Claro 1 x 1 Palmeiras (8,7 mil)
SPFC 2 x 1 Paulista (5,0 mil)
C* 1 x 0 Portuguesa (8,9 mil)
.
Rodada 11
Ponte 0 x 1 C* (16,2 mil)
SPFC 2 x 2 Noroeste (9,0 mil)
Palmeiras 1 x 1 Rio Preto (23,0 mil)
.
Rodada 12
C* 0 x 1 Palmeiras (48,9 mil)
Mirassol 1 x 2 SPFC (7,3 mil)
.
Rodada 13
Portuguesa 2 x 0 SPFC (22,4 mil) -- Ribeirão Preto
C* 2 x 0 Guaratinguetá (17,9 mil)
Bragantino 2 x 5 Palmeiras (6,6 mil)
.
Rodada 14
Rio Preto 0 x 1 C* (12,4 mil)
SPFC 2 x 1 Barueri (5,9 mil)
Palmeiras 2 x 1 Ponte Preta (13,4 mil).
.
Rodada 15
C* 2 x 2 Juventus (15,0 mil)
Palmeiras 4 x 1 SPFC (28,4 mil) -- Ribeirão Preto
.
Rodada 16
Paulista 0 x 2 Palmeiras (12,0 mil)
C* 1 x 0 Rio Claro (13,2 mil)
Guarani 0 x 1 SPFC (11,9 mil)
.
Rodada 17
Santos 2 x 1 C* (15,2 mil)
Palmeiras 1 x 0 Portuguesa (19,0 mil)
.
Acumulado**
C* = 323,7 mil
maior público: 48,9 mil
público médio em casa: 16,9 mil
menor público em casa: 8,9 mil
.
SPFC = 240,5 mil
maior público: 41,2 mil
público médio em casa: 9,1 mil
menor público em casa: 5,0 mil
.
Palmeiras = 289,3 mil
maior público: 48,9 mil
público médio em casa: 13,6 mil
menor público em casa: 6,9 mil
público médio em casa (só parque antarctica): 18,4 mil
menor público em casa (só parque antarctica): 13,4 mil
.
** clássico entre os 3 clubes soma o mesmo público para os dois times, mas não é considerado para a média de jogos "em casa"
C* 3 x 0 Guarani (29,0 mil)
Guaratinguetá 1 x 2 SPFC (13,7 mil)
Palmeiras 3 x 1 Sertãozinho (8,0 mil) -- em Barueri
.
Rodada 2
São Caetano 3 x 1 C* (7,6 mil) -- em Mogi
SPFC 1 x 0 Rio Preto (14,3 mil)
Santos 0 x 0 Palmeiras (11,4 mil)
.
Rodada 3
C* 2 x 0 Paulista (9,4 mil)
Ituano 1 x 1 SPFC (10,3 mil)
Marília 0 x 1 Palmeiras (8,1 mil)
.
Rodada 4
C* 0 x 0 SPFC (41,2 mil)
Palmeiras 2 x 2 Mirassol (6,9 mil) -- Barueri
.
Rodada 5
Palmeiras 0 x 1 Ituano (12,8 mil) -- em Piracicaba
Sertãozinho 0 x 0 C* (25,4 mil)
SPFC 3 x 1 Rio Claro (6,0 mil)
.
Rodada 6
C* 0 x 0 Mirassol (17,4 mil)
Ponte Preta 0 x 0 SPFC (15,3 mil)
Noroeste 1 x 0 Palmeiras (10,0 mil)
.
Rodada 7
Palmeiras 0 x 3 Guaratinguetá (12,5 mil) -- SJ Rio Preto
Barueri 1 x 1 C* (10,5 mil)
SPFC 1 x 1 São Caetano (6,1 mil)
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Rodada 8
SPFC 3 x 2 Santos (17,6 mil)
Ituano 1 x 2 C* (10,8 mil)
Palmeiras 3 x 1 Guarani (13,0 mil) -- SJ Rio Preto
.
Rodada 9
Marília 3 x 2 SPFC (9,6 mil)
C* 1 x 1 Bragantino (24,7 mil)
Juventus 0 x 4 Palmeiras (20,8 mil) -- Ribeirão Preto
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Rodada 10
Rio Claro 1 x 1 Palmeiras (8,7 mil)
SPFC 2 x 1 Paulista (5,0 mil)
C* 1 x 0 Portuguesa (8,9 mil)
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Rodada 11
Ponte 0 x 1 C* (16,2 mil)
SPFC 2 x 2 Noroeste (9,0 mil)
Palmeiras 1 x 1 Rio Preto (23,0 mil)
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Rodada 12
C* 0 x 1 Palmeiras (48,9 mil)
Mirassol 1 x 2 SPFC (7,3 mil)
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Rodada 13
Portuguesa 2 x 0 SPFC (22,4 mil) -- Ribeirão Preto
C* 2 x 0 Guaratinguetá (17,9 mil)
Bragantino 2 x 5 Palmeiras (6,6 mil)
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Rodada 14
Rio Preto 0 x 1 C* (12,4 mil)
SPFC 2 x 1 Barueri (5,9 mil)
Palmeiras 2 x 1 Ponte Preta (13,4 mil).
.
Rodada 15
C* 2 x 2 Juventus (15,0 mil)
Palmeiras 4 x 1 SPFC (28,4 mil) -- Ribeirão Preto
.
Rodada 16
Paulista 0 x 2 Palmeiras (12,0 mil)
C* 1 x 0 Rio Claro (13,2 mil)
Guarani 0 x 1 SPFC (11,9 mil)
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Rodada 17
Santos 2 x 1 C* (15,2 mil)
Palmeiras 1 x 0 Portuguesa (19,0 mil)
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Acumulado**
C* = 323,7 mil
maior público: 48,9 mil
público médio em casa: 16,9 mil
menor público em casa: 8,9 mil
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SPFC = 240,5 mil
maior público: 41,2 mil
público médio em casa: 9,1 mil
menor público em casa: 5,0 mil
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Palmeiras = 289,3 mil
maior público: 48,9 mil
público médio em casa: 13,6 mil
menor público em casa: 6,9 mil
público médio em casa (só parque antarctica): 18,4 mil
menor público em casa (só parque antarctica): 13,4 mil
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** clássico entre os 3 clubes soma o mesmo público para os dois times, mas não é considerado para a média de jogos "em casa"
37. Ramalhão 2008 A2
Domingão, 10h30. O Santo André estréia na A2 em Catanduva contra o Grêmio Catanduvense. Jogou bem, perdeu muitas chances, tomou gol, tomou sufoco, empatou, tomou sufoco, criou contra-ataques... Primeiro jogo da temporada (1 a 1) não pode ser definitivo, mas o Ramalhão deve subir. Merece. Tem obrigação.
***
Baita jogador
Pará é um jogador muito acima da média. Com um treinador inteligente, ele estoura. Tem tempo. Fará 22 anos dia 14 de fevereiro. No penúltimo jogo que vi do Santo André, contra o Avaí, pela Série B do Brasileirão 2007, ele foi ala. E esteve muito bem. Contra o Catanduvense, Pará teve um 1º tempo excelente. Jogando no meio-campo, fez a armação e também defendia. Ainda encontrava tempo e fôlego para chegar ao ataque (aos dois lados do ataque), sendo responsável por duas finalizações a gol com a perna esquerda -- mas ele é ambidestro. No 2º tempo, como Fernando cansou (sempre cansa), Pará teve de defender mais, e caiu um pouco. Jogador que faz a diferença.
***
Ramalhão (notas)
Neneca (6) Fez três defesas difíceis e não teve culpa no gol; Alexandre (5) Apoiou pouco, compensou marcando forte; Luis Henrique (4) Para um zagueiro responsável pelo primeiro combate, sempre chegou tarde; Douglas (6) Fez a sobra na zaga, e foi bem; Jaílson (6) Apoiou bem, tem um chute muito forte, mas cansou no 2º tempo; Fernando (5) Todo mundo gosta do veterano Fernando, mas ele não tem mais gás para um jogo inteiro. E um marcador cansado é como um jogador expulso. Passa a atrapalhar; Willians (5) Marcador que às vezes chegou ao ataque. Muito às vezes...; Pará (7) Falei dele acima. No 1º tempo, se mexeu muito, defendeu, criou, atacou. No 2º tempo, teve de cobrir a ausência de fôlego do Fernando; Jéferson (6) Habilidoso, fez a criação do time. Depois, pareceu disperso; # Denis Richard (5) Entrou no lugar de Jeferson e brigou mais no ataque, mas sem sucesso; Marcio Mixirica (5) Centroavante grandalhão que não sabe cabecear... Tentou ser pivô, função em que se saiu um pouco melhor; Tatá (5) Não entendia os pivôs de Mixirica, o que não é só culpa dele. Aí, cansou; # Chico Marcelo (0) Entrou no lugar de Tatá. E realizou a mais bizarra atuação do futebol paulista na temporada 2008. Está na profissão errada.Técnico Fahel Júnior (6) Você vê um bom técnico num time que sai jogando sem chutão. Assim é o Santo André do Fahel Junior. E ainda tentou mexer nos jogadores certos.
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Baita jogador
Pará é um jogador muito acima da média. Com um treinador inteligente, ele estoura. Tem tempo. Fará 22 anos dia 14 de fevereiro. No penúltimo jogo que vi do Santo André, contra o Avaí, pela Série B do Brasileirão 2007, ele foi ala. E esteve muito bem. Contra o Catanduvense, Pará teve um 1º tempo excelente. Jogando no meio-campo, fez a armação e também defendia. Ainda encontrava tempo e fôlego para chegar ao ataque (aos dois lados do ataque), sendo responsável por duas finalizações a gol com a perna esquerda -- mas ele é ambidestro. No 2º tempo, como Fernando cansou (sempre cansa), Pará teve de defender mais, e caiu um pouco. Jogador que faz a diferença.
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Ramalhão (notas)
Neneca (6) Fez três defesas difíceis e não teve culpa no gol; Alexandre (5) Apoiou pouco, compensou marcando forte; Luis Henrique (4) Para um zagueiro responsável pelo primeiro combate, sempre chegou tarde; Douglas (6) Fez a sobra na zaga, e foi bem; Jaílson (6) Apoiou bem, tem um chute muito forte, mas cansou no 2º tempo; Fernando (5) Todo mundo gosta do veterano Fernando, mas ele não tem mais gás para um jogo inteiro. E um marcador cansado é como um jogador expulso. Passa a atrapalhar; Willians (5) Marcador que às vezes chegou ao ataque. Muito às vezes...; Pará (7) Falei dele acima. No 1º tempo, se mexeu muito, defendeu, criou, atacou. No 2º tempo, teve de cobrir a ausência de fôlego do Fernando; Jéferson (6) Habilidoso, fez a criação do time. Depois, pareceu disperso; # Denis Richard (5) Entrou no lugar de Jeferson e brigou mais no ataque, mas sem sucesso; Marcio Mixirica (5) Centroavante grandalhão que não sabe cabecear... Tentou ser pivô, função em que se saiu um pouco melhor; Tatá (5) Não entendia os pivôs de Mixirica, o que não é só culpa dele. Aí, cansou; # Chico Marcelo (0) Entrou no lugar de Tatá. E realizou a mais bizarra atuação do futebol paulista na temporada 2008. Está na profissão errada.Técnico Fahel Júnior (6) Você vê um bom técnico num time que sai jogando sem chutão. Assim é o Santo André do Fahel Junior. E ainda tentou mexer nos jogadores certos.
36. Segundona 2008
Poucos torneios são tão sensacionais quanto a Série A2 paulista. Quer ter idéia da encrenca? Dos 20 times, 19 já foram da 1ª Divisão -- exceção ao Monte Azul. Começou neste fim de semana (19 e 20 de janeiro). Dos 10 jogos da rodada inicial, apenas um teve diferença de dois gols ou mais (Comercial 0 x 2 Rio Branco). O restante foi empate ou vitória por 1 gol de diferença. Claro que não dá pra avaliar nada tão cedo, mas acredito muito que será torneio pegado. Sempre foi. O regulamento: os 20 times se enfrentam em turno único, os quatro piores caem -- 20% dos clubes. Os oito primeiros passam à 2ª fase, são divididos em dois grupos e jogam em turno e returno. Os dois melhores de cada grupo sobem à A1 2009 (o campeão de cada chave disputa as Finais).
19.1.08
35. A sabedoria del' Vecchio
Meu velho, que nem fã de futebol era, dizia: "O C* a gente quer que sofra, mas exista; já eles (SPFC) a gente quer que não exista". E não falava isso agora, por ver um balde de conquistas inimigas, é algo que vinha desde os anos 40, quando eles mal tinham 10 anos de idade -- se considerarmos o segundo parto.
***
Hoje (19.1.2008), por exemplo, a Folha de S.Paulo noticia que um tal Rincón foi tirado do sub 15 da Marginal Tietê S/N para o SPFC numa ação que, subentende-se, nada teve de profissional ou eticamente defensável. Mais uma pro currículo. Foi assim no passado (1942, para tentar ficar com o Parque Antárctica), foi assim recentemente (com Richarlyson e Ilsinho), é assim e sempre será assim. É da natureza deles.
***
Hoje (19.1.2008), por exemplo, a Folha de S.Paulo noticia que um tal Rincón foi tirado do sub 15 da Marginal Tietê S/N para o SPFC numa ação que, subentende-se, nada teve de profissional ou eticamente defensável. Mais uma pro currículo. Foi assim no passado (1942, para tentar ficar com o Parque Antárctica), foi assim recentemente (com Richarlyson e Ilsinho), é assim e sempre será assim. É da natureza deles.
4.1.08
O maior jogo de todas as Copas
Itália 4 x 3 Alemanha.
1:0 Boninsegna 7' 1T
1:1 Schnellinger 45' 2T
prorrogação:
1:2 Müller 5' 1T
2:2 Burgnich 8' 1T
3:2 Riva 14' 1T
3:3 Müller 5' 2T
4:3 Rivera 6' 2T
3.1.08
34. Bate-pronto
Em 1999, fiz miniperfis de 21 jogadores publicados num especial da revista Placar, para uma edição sobre os 100 maiores craques do século 20. A seguir, as frases de abertura de cada texto, ou, como se diz no jornalismo, os leads (e nos posts a seguir, os textos na íntegra):
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21. ROMERITO. Meia habilidoso, em um país que costuma exportar zagueiros, Romerito nunca fugiu a chamados.
20. GASCOIGNE. Não fosse ele um craque, seria um hooligan.
19. HAGI. Copa de 1990. Entre as prováveis surpresas do Mundial da Itália, a imprensa apontava a Romênia, conduzida por Hagi. Copa de 1994. Entre os times menos cotados, a Romênia, conduzida por Hagi. Copa de 1998. A boa campanha nas Eliminatórias havia credenciado a Romênia como uma Seleção capaz de surpreender na França. O condutor do time? Hagi, sempre ele.
18. ZIZINHO. Pelé teve um ídolo no futebol.
17. FACCHETTI. Terceiro italiano com mais partidas pela seleção de seu país (94), atrás somente do goleiro Dino Zoff (112) e do defensor Paolo Maldini (103), Giacinto Facchetti fez história jogando pela Internazionale de Milão nos anos 60 e 70.
16. JULINHO. Vá à Florença e pergunte por Sócrates ou Edmundo, dois brasileiros ex-jogadores da Fiorentina. Não importa a idade do torcedor, a resposta inevitável será algo como "nós adoramos Julinho".
15.JAIRZINHO. Pelé, Rivelino, Tostão. Ao lado de tanta fera, Jair Ventura Filho não só marcou mais que todos eles como se tornou o símbolo do escrete de 70 ao ganhar o apelido de Furacão.
14. PAOLO ROSSI. Uruguai em 1950. Paolo Rossi em 1982. Foram essas as duas maiores derrotas do Brasil em todos os tempos.
13. ADEMIR DA GUIA. Nem Pelé usaria tão bem aquela camisa 10 verde quanto Ademir da Guia.
12. MILLA. Ele já era um senhor em 1994. Tinha as marcas do tempo desenhadas no rosto, alguns cabelos brancos já aparecendo. Roger Milla estava com 42 anos quando jogou a Copa do Mundo de 1994, no forte verão americano. Só esse feito já garantiria o camaronês na galeria das legendas da bola.
11. CARRIZO. Muitos o definiram como louco. Mas todos reconheciam que ele era um dos melhores, provavelmente, o melhor.
10. GEORGE WEAH. Ele queria ser presidente de seu pobre país, a Libéria. Acabou se tornando o melhor jogador do mundo.
9. OBDULIO VARELA. (...) Nunca o Brasil conseguirá vingar o Uruguai. Obdulio não fez nenhum gol na final de 1950, mas ganhou aquele jogo antes, durante e depois.
8. GERSON. Entre a fama de craque e a de canalha Gérson dividiu sua carreira.
7. BOBBY MOORE. Chamar Bobby Moore de zagueiro era pouco. Ele foi um cão de guarda, do tipo que rosnava pouco, mas resolvia tudo. Guardava o gol inglês como se com a camisa 1 estivesse a própria rainha Elizabeth.
6. RIVA. Maior goleador da história da Seleção Italiana, Gigi Riva colocou no mapa do futebol a pequena equipe do Cagliari, onde jogou por 13 anos e fez 164 gols — uma proeza na época em que a Itália assistia aos jogos mais retrancados do planeta.
5. GULLIT. Aquele negro magrelinho gastava a bola nas partidas do Meerboys, um time de moleques do bairro Yordam, em Amsterdã. Na época, Ruud não gostava de ser chamado Gullit, o sobrenome paterno, mas de Dil, o sobrenome de sua mãe. Tinha apenas 8 anos, mas já demonstrava a personalidade forte que marcaria sua imagem, tanto quanto o futebol.
4. GENTO. Houve um jogador que espanhóis e argentinos consideram o maior de todos: Alfredo di Stefano. Houve um jogador que Alfredo di Stefano considerava o mais solidário de todos e seu parceiro ideal: Francisco Gento.
3. BARESI. Franco Baresi jogava tanta bola que bastava assistir a uma partida do Milan para se entender o que era um líbero.
2. ZICO. Clube de futebol tem alma? Dizer que determinado craque é a alma de um clube costuma ser retórica pura. Não no caso do Flamengo e de Zico.
1. GARRINCHA. Dizer o que de quem fez a torcida gritar pela primeira vez olé dentro de um estádio de futebol?
.
21. ROMERITO. Meia habilidoso, em um país que costuma exportar zagueiros, Romerito nunca fugiu a chamados.
20. GASCOIGNE. Não fosse ele um craque, seria um hooligan.
19. HAGI. Copa de 1990. Entre as prováveis surpresas do Mundial da Itália, a imprensa apontava a Romênia, conduzida por Hagi. Copa de 1994. Entre os times menos cotados, a Romênia, conduzida por Hagi. Copa de 1998. A boa campanha nas Eliminatórias havia credenciado a Romênia como uma Seleção capaz de surpreender na França. O condutor do time? Hagi, sempre ele.
18. ZIZINHO. Pelé teve um ídolo no futebol.
17. FACCHETTI. Terceiro italiano com mais partidas pela seleção de seu país (94), atrás somente do goleiro Dino Zoff (112) e do defensor Paolo Maldini (103), Giacinto Facchetti fez história jogando pela Internazionale de Milão nos anos 60 e 70.
16. JULINHO. Vá à Florença e pergunte por Sócrates ou Edmundo, dois brasileiros ex-jogadores da Fiorentina. Não importa a idade do torcedor, a resposta inevitável será algo como "nós adoramos Julinho".
15.JAIRZINHO. Pelé, Rivelino, Tostão. Ao lado de tanta fera, Jair Ventura Filho não só marcou mais que todos eles como se tornou o símbolo do escrete de 70 ao ganhar o apelido de Furacão.
14. PAOLO ROSSI. Uruguai em 1950. Paolo Rossi em 1982. Foram essas as duas maiores derrotas do Brasil em todos os tempos.
13. ADEMIR DA GUIA. Nem Pelé usaria tão bem aquela camisa 10 verde quanto Ademir da Guia.
12. MILLA. Ele já era um senhor em 1994. Tinha as marcas do tempo desenhadas no rosto, alguns cabelos brancos já aparecendo. Roger Milla estava com 42 anos quando jogou a Copa do Mundo de 1994, no forte verão americano. Só esse feito já garantiria o camaronês na galeria das legendas da bola.
11. CARRIZO. Muitos o definiram como louco. Mas todos reconheciam que ele era um dos melhores, provavelmente, o melhor.
10. GEORGE WEAH. Ele queria ser presidente de seu pobre país, a Libéria. Acabou se tornando o melhor jogador do mundo.
9. OBDULIO VARELA. (...) Nunca o Brasil conseguirá vingar o Uruguai. Obdulio não fez nenhum gol na final de 1950, mas ganhou aquele jogo antes, durante e depois.
8. GERSON. Entre a fama de craque e a de canalha Gérson dividiu sua carreira.
7. BOBBY MOORE. Chamar Bobby Moore de zagueiro era pouco. Ele foi um cão de guarda, do tipo que rosnava pouco, mas resolvia tudo. Guardava o gol inglês como se com a camisa 1 estivesse a própria rainha Elizabeth.
6. RIVA. Maior goleador da história da Seleção Italiana, Gigi Riva colocou no mapa do futebol a pequena equipe do Cagliari, onde jogou por 13 anos e fez 164 gols — uma proeza na época em que a Itália assistia aos jogos mais retrancados do planeta.
5. GULLIT. Aquele negro magrelinho gastava a bola nas partidas do Meerboys, um time de moleques do bairro Yordam, em Amsterdã. Na época, Ruud não gostava de ser chamado Gullit, o sobrenome paterno, mas de Dil, o sobrenome de sua mãe. Tinha apenas 8 anos, mas já demonstrava a personalidade forte que marcaria sua imagem, tanto quanto o futebol.
4. GENTO. Houve um jogador que espanhóis e argentinos consideram o maior de todos: Alfredo di Stefano. Houve um jogador que Alfredo di Stefano considerava o mais solidário de todos e seu parceiro ideal: Francisco Gento.
3. BARESI. Franco Baresi jogava tanta bola que bastava assistir a uma partida do Milan para se entender o que era um líbero.
2. ZICO. Clube de futebol tem alma? Dizer que determinado craque é a alma de um clube costuma ser retórica pura. Não no caso do Flamengo e de Zico.
1. GARRINCHA. Dizer o que de quem fez a torcida gritar pela primeira vez olé dentro de um estádio de futebol?
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33. Romerito (94º lugar)
Em 1999, fiz miniperfis de 21 jogadores para a revista Placar, para uma edição sobre os 100 maiores craques do século 20. Reproduzo aqui os meus 21 textos...
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Romerito, 94º lugar *vídeo, gol de Romerito* (28.8.1960)
.
"Chama que ele Resolve"
Meia habilidoso, em um país que costuma exportar zagueiros, Romerito nunca fugiu a chamados. Foi assim desde menino, quando não pensava em ser jogador de futebol, mas sim funcionário público federal como seu pai. Para passar o tempo, jogava nas ruas de Luque, cidade encostada à capital paraguaia, Assunção. O pai, que treinava um time amador, insistiu para que o pequeno Julio César entrasse no Sportivo Luqueño. Ele foi. Estava com 17 anos e, em poucas semanas, estreou nos profissionais.
Dois anos mais tarde, a Seleção Paraguaia tinha um duríssimo compromisso pela frente. Segurar o Brasil no Maracanã para chegar à final da Copa América 1979. Era outro chamado para Romerito, que faria sua estréia na Seleção Principal. Foi autor de um dos gols do empate de 2 x 2 que colocou seu país na final contra o Chile e garantiu a conquista da segunda Copa América de sua história.
A fama de craque logo despertou a atenção dos dirigentes do Cosmos, que buscavam substitutos para Pelé e Beckenbauer. O chamado foi outra vez Romerito. E lá foi ele, aos 20 anos, para os Estados Unidos, onde juntou um bom dinheiro, mas, paralelamente, perdeu o prazer de jogar. Após três anos, tudo o que queria era deixar Nova York. Aí entrou em sua vida Carlos Alberto Torres, que insistiu para que o meia acertasse sua transferência ao Fluminense. Romerito atendeu a mais este chamado e chegou ao Rio no começo de 1984 para ganhar dois títulos estaduais e um brasileiro. Em 1985, ele ajudou a classificar o Paraguai à Copa do Mundo do ano seguinte, no México, a única que disputou. Romerito deixou o Fluminense no início de 1989, aos 28 anos, para atuar no Barcelona. De lá seguiu para o mexicano Puebla e, em seguida, voltou ao pequeno Sportivo Luqueño, seu time do coração
.
Não tiro a perna. Apesar de frágil (1,73 m e 68 kg), Romerito trazia no sangue a legítima raça paraguaia. Nunca escapou às divididas e, uma delas, lhe custou uma fratura no perônio da perna esquerda – foram três meses longe dos estádios no fim de 1986: “Não tiro a perna nem em peladas.”
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Romerito, 94º lugar *vídeo, gol de Romerito* (28.8.1960)
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"Chama que ele Resolve"
Meia habilidoso, em um país que costuma exportar zagueiros, Romerito nunca fugiu a chamados. Foi assim desde menino, quando não pensava em ser jogador de futebol, mas sim funcionário público federal como seu pai. Para passar o tempo, jogava nas ruas de Luque, cidade encostada à capital paraguaia, Assunção. O pai, que treinava um time amador, insistiu para que o pequeno Julio César entrasse no Sportivo Luqueño. Ele foi. Estava com 17 anos e, em poucas semanas, estreou nos profissionais.
Dois anos mais tarde, a Seleção Paraguaia tinha um duríssimo compromisso pela frente. Segurar o Brasil no Maracanã para chegar à final da Copa América 1979. Era outro chamado para Romerito, que faria sua estréia na Seleção Principal. Foi autor de um dos gols do empate de 2 x 2 que colocou seu país na final contra o Chile e garantiu a conquista da segunda Copa América de sua história.
A fama de craque logo despertou a atenção dos dirigentes do Cosmos, que buscavam substitutos para Pelé e Beckenbauer. O chamado foi outra vez Romerito. E lá foi ele, aos 20 anos, para os Estados Unidos, onde juntou um bom dinheiro, mas, paralelamente, perdeu o prazer de jogar. Após três anos, tudo o que queria era deixar Nova York. Aí entrou em sua vida Carlos Alberto Torres, que insistiu para que o meia acertasse sua transferência ao Fluminense. Romerito atendeu a mais este chamado e chegou ao Rio no começo de 1984 para ganhar dois títulos estaduais e um brasileiro. Em 1985, ele ajudou a classificar o Paraguai à Copa do Mundo do ano seguinte, no México, a única que disputou. Romerito deixou o Fluminense no início de 1989, aos 28 anos, para atuar no Barcelona. De lá seguiu para o mexicano Puebla e, em seguida, voltou ao pequeno Sportivo Luqueño, seu time do coração
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Não tiro a perna. Apesar de frágil (1,73 m e 68 kg), Romerito trazia no sangue a legítima raça paraguaia. Nunca escapou às divididas e, uma delas, lhe custou uma fratura no perônio da perna esquerda – foram três meses longe dos estádios no fim de 1986: “Não tiro a perna nem em peladas.”
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32. Gascoigne (89º lugar)
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Gascoigne, 89º lugar *vídeo, gol de Gascoigne* (27.5.1967)
.
"Ele Bebia Todas"
Não fosse ele um craque, seria um hooligan. Paul John Gascoigne é um dos maiores encrenqueiros do futebol em todos os tempos, capaz de fazer o vascaíno Edmundo parecer um coroinha de igreja. Sua lista de façanhas inclui 57 jogos pela Seleção Inglesa, com dez gols marcados — um deles legendário, deu um lençol na entrada da área e, sem deixar a bola cair, emendou de pé direito contra o gol escocês, em Wembley (link acima). Sua lista de bobagens, porém, talvez seja ainda maior.
Bebedor contumaz, Gazza já aprontou todas. Num amistoso entre Inglaterra e Suécia, atirou a bola no tocador de tuba durante o hino sueco; numa entrevista à TV norueguesa, o repórter pediu uma mensagem aos torcedores adversários e o atacante não bobeou: “Fuck you" (“Danem-se”, em uma tradução mais amena); também surrou algumas vezes sua mulher; e, uma das últimas: foi tentar dirigir o ônibus do Middlesbrough, seu time atual, mas estava tão embriagado que bateu num poste.
Em 1998, deprimido pelo divórcio e pela morte, por coma alcoólico, de seu melhor amigo, passou a beber ainda mais. Se enfurnou em vários pubs irlandeses. Nem ele sabe como, mas só foi encontrado quatro dias depois numa estação de trens na periferia de Londres. Seguiu direto até uma clínica para dependentes de álcool. “Se ele não parar, vai morrer antes dos 40 anos”, decretou o médico Steve Jacobs.
Hoje, aos 32 anos, Gazza é incapaz de repetir os dribles curtos em direção ao gol, arma que o fez estrear no Newcastle com apenas 18 anos e na Seleção Inglesa aos 21. A exemplo de outro craque inglês, George Best, Gascoigne sabe que entrará para a história do esporte mais por seus porres do que por seus gols. “Só sei jogar futebol e me divertir”, resumiu, conformado.
.
Choro na TV. Em 1990, Alemanha e Inglaterra disputavam a semifinal da Copa quando o juiz brasileiro José Roberto Wright deu cartão amarelo a Gascoigne. Era o segundo no Mundial. Se a Inglaterra passasse para a decisão, ele estaria fora. Aos 23 anos, Gascoigne começou a chorar convulsivamente. Sua seleção perdeu nos pênaltis, mas aquela imagem colocou de vez Gazza no coração dos ingleses.
Gascoigne, 89º lugar *vídeo, gol de Gascoigne* (27.5.1967)
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"Ele Bebia Todas"
Não fosse ele um craque, seria um hooligan. Paul John Gascoigne é um dos maiores encrenqueiros do futebol em todos os tempos, capaz de fazer o vascaíno Edmundo parecer um coroinha de igreja. Sua lista de façanhas inclui 57 jogos pela Seleção Inglesa, com dez gols marcados — um deles legendário, deu um lençol na entrada da área e, sem deixar a bola cair, emendou de pé direito contra o gol escocês, em Wembley (link acima). Sua lista de bobagens, porém, talvez seja ainda maior.
Bebedor contumaz, Gazza já aprontou todas. Num amistoso entre Inglaterra e Suécia, atirou a bola no tocador de tuba durante o hino sueco; numa entrevista à TV norueguesa, o repórter pediu uma mensagem aos torcedores adversários e o atacante não bobeou: “Fuck you" (“Danem-se”, em uma tradução mais amena); também surrou algumas vezes sua mulher; e, uma das últimas: foi tentar dirigir o ônibus do Middlesbrough, seu time atual, mas estava tão embriagado que bateu num poste.
Em 1998, deprimido pelo divórcio e pela morte, por coma alcoólico, de seu melhor amigo, passou a beber ainda mais. Se enfurnou em vários pubs irlandeses. Nem ele sabe como, mas só foi encontrado quatro dias depois numa estação de trens na periferia de Londres. Seguiu direto até uma clínica para dependentes de álcool. “Se ele não parar, vai morrer antes dos 40 anos”, decretou o médico Steve Jacobs.
Hoje, aos 32 anos, Gazza é incapaz de repetir os dribles curtos em direção ao gol, arma que o fez estrear no Newcastle com apenas 18 anos e na Seleção Inglesa aos 21. A exemplo de outro craque inglês, George Best, Gascoigne sabe que entrará para a história do esporte mais por seus porres do que por seus gols. “Só sei jogar futebol e me divertir”, resumiu, conformado.
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Choro na TV. Em 1990, Alemanha e Inglaterra disputavam a semifinal da Copa quando o juiz brasileiro José Roberto Wright deu cartão amarelo a Gascoigne. Era o segundo no Mundial. Se a Inglaterra passasse para a decisão, ele estaria fora. Aos 23 anos, Gascoigne começou a chorar convulsivamente. Sua seleção perdeu nos pênaltis, mas aquela imagem colocou de vez Gazza no coração dos ingleses.
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31. Hagi (80º lugar)
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Hagi, 80º lugar *vídeo* (5.2.1965)
.
"O Maradona da Romênia"
Copa de 1990. Entre as prováveis surpresas do Mundial da Itália, a imprensa apontava a Romênia, conduzida por Hagi. Copa de 1994. Entre os times menos cotados, a Romênia, conduzida por Hagi. Copa de 1998. A boa campanha nas Eliminatórias havia credenciado a Romênia como uma Seleção capaz de surpreender na França. O condutor do time? Hagi, sempre ele. Dezesseis anos na Seleção de seu país transformaram o meia romeno em um herói nacional. Apelidado de Maradona dos Cárpatos (a região onde está a Romênia) pela extrema habilidade que tem na perna esquerda, Hagi chocou o país quando anunciou que não vestiria mais a camisa 10 amarela.
Ele começou no pequeno Sportul Studentesc, de Bucareste, a capital romena. A facilidade de chutar com força ou precisão desde cedo se somava ao tremendo espírito de liderança, lhe rendendo convocações em todas as seleções menores. Hagi estreou na equipe principal e, como diria o técnico Zagallo, não sentiu o “peso da amarelinha”. Foi no empate de 0 x 0 contra a Noruega. Em campo, mantinha a mesma desenvoltura de suas partidas pelo Sportul.
Os dois grandes clubes romenos, Dínamo e Steaua, passaram a assediá-lo, mas Hagi preferiu passar mais um campeonato no Sportul. Na temporada seguinte, aceitou a oferta do Steaua (estrela, em romeno), então campeão invicto. Foram quatro anos no time do Ministério do Exército, mais quatro títulos invictos e duas vezes a artilharia do torneio.
Contratado pelo Real Madrid, em 1990, passou também pelo Brescia, da Itália, e Barcelona, antes de se transferir para o Galatasaray, da Turquia, do brasileiro Taffarel. O fato é que jamais consegiu repetir nos grandes clubes europeus as estupendas atuações pela Seleção.
.
Meu pé esquerdo. Quando jogava pela Seleção Romena, Hagi era uma espécie de ditador dentro de campo, seguindo um pouco a tradição política de seu país. Cobrava as faltas, os escanteios e os pênaltis. Era ele também quem definia o posicionamento dos colegas — e todos obedeciam. Na Copa de 1994, após marcar um golaço num chute de 50 metros contra a Colômbia, ele explicou a razão de seu sucesso com a bola: “Meu pé esquerdo é realmente muito bom.”
Hagi, 80º lugar *vídeo* (5.2.1965)
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"O Maradona da Romênia"
Copa de 1990. Entre as prováveis surpresas do Mundial da Itália, a imprensa apontava a Romênia, conduzida por Hagi. Copa de 1994. Entre os times menos cotados, a Romênia, conduzida por Hagi. Copa de 1998. A boa campanha nas Eliminatórias havia credenciado a Romênia como uma Seleção capaz de surpreender na França. O condutor do time? Hagi, sempre ele. Dezesseis anos na Seleção de seu país transformaram o meia romeno em um herói nacional. Apelidado de Maradona dos Cárpatos (a região onde está a Romênia) pela extrema habilidade que tem na perna esquerda, Hagi chocou o país quando anunciou que não vestiria mais a camisa 10 amarela.
Ele começou no pequeno Sportul Studentesc, de Bucareste, a capital romena. A facilidade de chutar com força ou precisão desde cedo se somava ao tremendo espírito de liderança, lhe rendendo convocações em todas as seleções menores. Hagi estreou na equipe principal e, como diria o técnico Zagallo, não sentiu o “peso da amarelinha”. Foi no empate de 0 x 0 contra a Noruega. Em campo, mantinha a mesma desenvoltura de suas partidas pelo Sportul.
Os dois grandes clubes romenos, Dínamo e Steaua, passaram a assediá-lo, mas Hagi preferiu passar mais um campeonato no Sportul. Na temporada seguinte, aceitou a oferta do Steaua (estrela, em romeno), então campeão invicto. Foram quatro anos no time do Ministério do Exército, mais quatro títulos invictos e duas vezes a artilharia do torneio.
Contratado pelo Real Madrid, em 1990, passou também pelo Brescia, da Itália, e Barcelona, antes de se transferir para o Galatasaray, da Turquia, do brasileiro Taffarel. O fato é que jamais consegiu repetir nos grandes clubes europeus as estupendas atuações pela Seleção.
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Meu pé esquerdo. Quando jogava pela Seleção Romena, Hagi era uma espécie de ditador dentro de campo, seguindo um pouco a tradição política de seu país. Cobrava as faltas, os escanteios e os pênaltis. Era ele também quem definia o posicionamento dos colegas — e todos obedeciam. Na Copa de 1994, após marcar um golaço num chute de 50 metros contra a Colômbia, ele explicou a razão de seu sucesso com a bola: “Meu pé esquerdo é realmente muito bom.”
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30. Zizinho (79º lugar)
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Zizinho, 79º lugar (14.9.1921/8.2.2001)
.
"O Ídolo de Pelé"
Pelé teve um ídolo no futebol. Quando estava iniciando a carreira, o Rei viu jogar no São Paulo um craque chamado Zizinho. Ele foi um dos mais refinados jogadores do futebol em todos os tempos. Na Copa de 50, teve uma atuação que muitos juram ser a melhor de um atleta pela Seleção. Foi na vitória de 2 x 0 sobre a Iugoslávia, em que ele acertou todos os passes e ainda fez um dos gols.
Aos 18 anos, o sonho de Zizinho era atuar no América, o time do coração, mas o físico franzino não convenceu ninguém na comissão técnica do clube. Desiludido, procurou o Flamengo. O teste aconteceria num treino com os titulares do time e logo no início Leônidas da Silva se machucou. O técnico Flávio Costa chamou o menino de Niterói para o lugar de Leônidas. Zizinho fez de tudo. O treinador se aproximou dele e disse: “Corte o cabelo e volte amanhã”. No Flamengo, foi o condutor do tricampeonato de 1942/43/44.
Só saiu do clube dez anos depois e muito magoado. Na virada de 1949 para 1950, já reconhecido como o maior craque do país, soube que seu passe havia sido vendido ao Bangu por uma fortuna. Um dirigente bangüense, Guilherme da Silveira, confirmou a venda a Zizinho, que imediatamente assinou o contrato sem ler: “Se o senhor pagou tanto pelo meu passe é porque reconhece meu futebol”. No primeiro jogo contra o Flamengo, o clube sentiu o tamanho de sua mágoa. O Bangu de Zizinho fez 6 x 0.
Saiu de Moça Bonita sete anos depois para ficar duas temporadas no São Paulo. Em 1961, contratado como técnico do Audax Italiano, do Chile, os dirigentes pediram que ele jogasse uma partida. Zizinho, parado havia três anos, jogou não só uma vez, mas toda a temporada. Era o adeus do Mestre.
.
Mestre precoce. Zizinho jogava tão bem e com tanta valentia que era admirado por todos os jogadores da época, incluindo adversários. Aos 19 anos, já estava titular num Flamengo de feras, de Domingos da Guia a Leônidas da Silva. Nessa época, ganhou o apelido de Mestre Ziza. No fim da carreira, os companheiros de equipe só o tratavam por Seu Zizinho, tamanho o respeito.
Zizinho, 79º lugar (14.9.1921/8.2.2001)
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"O Ídolo de Pelé"
Pelé teve um ídolo no futebol. Quando estava iniciando a carreira, o Rei viu jogar no São Paulo um craque chamado Zizinho. Ele foi um dos mais refinados jogadores do futebol em todos os tempos. Na Copa de 50, teve uma atuação que muitos juram ser a melhor de um atleta pela Seleção. Foi na vitória de 2 x 0 sobre a Iugoslávia, em que ele acertou todos os passes e ainda fez um dos gols.
Aos 18 anos, o sonho de Zizinho era atuar no América, o time do coração, mas o físico franzino não convenceu ninguém na comissão técnica do clube. Desiludido, procurou o Flamengo. O teste aconteceria num treino com os titulares do time e logo no início Leônidas da Silva se machucou. O técnico Flávio Costa chamou o menino de Niterói para o lugar de Leônidas. Zizinho fez de tudo. O treinador se aproximou dele e disse: “Corte o cabelo e volte amanhã”. No Flamengo, foi o condutor do tricampeonato de 1942/43/44.
Só saiu do clube dez anos depois e muito magoado. Na virada de 1949 para 1950, já reconhecido como o maior craque do país, soube que seu passe havia sido vendido ao Bangu por uma fortuna. Um dirigente bangüense, Guilherme da Silveira, confirmou a venda a Zizinho, que imediatamente assinou o contrato sem ler: “Se o senhor pagou tanto pelo meu passe é porque reconhece meu futebol”. No primeiro jogo contra o Flamengo, o clube sentiu o tamanho de sua mágoa. O Bangu de Zizinho fez 6 x 0.
Saiu de Moça Bonita sete anos depois para ficar duas temporadas no São Paulo. Em 1961, contratado como técnico do Audax Italiano, do Chile, os dirigentes pediram que ele jogasse uma partida. Zizinho, parado havia três anos, jogou não só uma vez, mas toda a temporada. Era o adeus do Mestre.
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Mestre precoce. Zizinho jogava tão bem e com tanta valentia que era admirado por todos os jogadores da época, incluindo adversários. Aos 19 anos, já estava titular num Flamengo de feras, de Domingos da Guia a Leônidas da Silva. Nessa época, ganhou o apelido de Mestre Ziza. No fim da carreira, os companheiros de equipe só o tratavam por Seu Zizinho, tamanho o respeito.
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29. Facchetti (75º lugar)
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Facchetti, 75º lugar *vídeo* (18.7.1942/4.9.2006)
.
"Um Gigante na Azzurra"
Terceiro italiano com mais partidas pela seleção de seu país (94), atrás somente do goleiro Dino Zoff (112) e do defensor Paolo Maldini (103), Giacinto Facchetti fez história jogando pela Internazionale de Milão nos anos 60 e 70. Foram 18 temporadas e uma marca impressionante: excetuando-se a 9ª colocação do campeonato de 1974-75, a Inter com Facchetti nunca ficou abaixo do 6º lugar — foi quatro vezes campeã italiana e outras quatro vezes vice-campeã.
Para os brasileiros, porém, ele se tornou mais conhecido por ter sido o marcador de Pelé na final da Copa do Mundo de 70. “Perdemos aquele Mundial porque Pelé será sempre uma exceção”, afirmou Facchetti anos mais tarde. Tinha razão, já que aquela Seleção Italiana que chegou à decisão no México era considerada a mais forte já montada no país.
Alto (1,88 m) e forte, Facchetti surpreendia por ser muito rápido e chegar com facilidade ao ataque. Os segredos que lhe deram a fama de defensor eficaz e também apoiador perigoso foram passados por Helenio Herrera, treinador da Internazionale. Na primeira metade da década de 60, seu time venceu dois Mundiais Interclubes, duas Copas dos Campeões e três Campeonatos Italianos. Por sete temporadas seguidas, entre 1960 e 1967, a equipe de Facchetti, quando não levou o scudetto, ficou no mínimo em segundo ou terceiro lugar.
“Fui o defensor mais ofensivo de minha época na Itália”, resumiu Facchetti, aos 36 anos, quando ainda cobiçava uma vaga na Seleção Italiana que ficou em terceiro lugar na Copa do Mundo da Argentina, em 1978. Mas o técnico Enzo Bearzot acreditou que ele estava velho demais e não o levou. Seria seu quarto Mundial. Nunca mais voltaria a vestir a camisa azul da Itália.
.
Goleador. Numa época em que o futebol italiano se vangloriava de ter os melhores esquemas táticos defensivos do mundo, Facchetti tinha tudo para não encontrar espaço em time algum: ele gostava de atacar. Em 18 temporadas, só não fez gols em três. Ao todo, foram 59 pela Internazionale e outros três pela Azzurra, transformando-se no defensor que mais gols marcou no futebol italiano.
Facchetti, 75º lugar *vídeo* (18.7.1942/4.9.2006)
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"Um Gigante na Azzurra"
Terceiro italiano com mais partidas pela seleção de seu país (94), atrás somente do goleiro Dino Zoff (112) e do defensor Paolo Maldini (103), Giacinto Facchetti fez história jogando pela Internazionale de Milão nos anos 60 e 70. Foram 18 temporadas e uma marca impressionante: excetuando-se a 9ª colocação do campeonato de 1974-75, a Inter com Facchetti nunca ficou abaixo do 6º lugar — foi quatro vezes campeã italiana e outras quatro vezes vice-campeã.
Para os brasileiros, porém, ele se tornou mais conhecido por ter sido o marcador de Pelé na final da Copa do Mundo de 70. “Perdemos aquele Mundial porque Pelé será sempre uma exceção”, afirmou Facchetti anos mais tarde. Tinha razão, já que aquela Seleção Italiana que chegou à decisão no México era considerada a mais forte já montada no país.
Alto (1,88 m) e forte, Facchetti surpreendia por ser muito rápido e chegar com facilidade ao ataque. Os segredos que lhe deram a fama de defensor eficaz e também apoiador perigoso foram passados por Helenio Herrera, treinador da Internazionale. Na primeira metade da década de 60, seu time venceu dois Mundiais Interclubes, duas Copas dos Campeões e três Campeonatos Italianos. Por sete temporadas seguidas, entre 1960 e 1967, a equipe de Facchetti, quando não levou o scudetto, ficou no mínimo em segundo ou terceiro lugar.
“Fui o defensor mais ofensivo de minha época na Itália”, resumiu Facchetti, aos 36 anos, quando ainda cobiçava uma vaga na Seleção Italiana que ficou em terceiro lugar na Copa do Mundo da Argentina, em 1978. Mas o técnico Enzo Bearzot acreditou que ele estava velho demais e não o levou. Seria seu quarto Mundial. Nunca mais voltaria a vestir a camisa azul da Itália.
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Goleador. Numa época em que o futebol italiano se vangloriava de ter os melhores esquemas táticos defensivos do mundo, Facchetti tinha tudo para não encontrar espaço em time algum: ele gostava de atacar. Em 18 temporadas, só não fez gols em três. Ao todo, foram 59 pela Internazionale e outros três pela Azzurra, transformando-se no defensor que mais gols marcou no futebol italiano.
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28. Julinho Botelho (73º lugar)
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Julinho Botelho, 73º lugar (29.7.1929/11.1.2003)
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"Ele Dobrou o Maracanã"
Vá à Florença e pergunte por Sócrates ou Edmundo, dois brasileiros ex-jogadores da Fiorentina. Não importa a idade do torcedor, a resposta inevitável será algo como "nós adoramos Julinho". Para a fanática torcida local, o nome do ponta-direita é sinônimo do grande futebol brasileiro. Seu sucesso na Itália só foi comparável ao de Mazzola, Falcão e Careca. Em 1995, quando a Fiorentina organizou uma festa pelos 40 anos da conquista de seu primeiro scudetto, mandou passagens aéreas e reservou um hotel de luxo para Julinho e sua mulher. O craque foi aplaudido por 40 mil pessoas. No restaurante próximo à sede do clube, há uma placa: "Aqui almoçava Julinho."
Exagero? Não. Julinho tinha realmente futebol para tanto. Começou no Juventus da Mooca, logo brilhou na Portuguesa. Ganhou títulos históricos para Palmeiras e Fiorentina, mas até hoje ele é lembrado por uma das mais marcantes cenas da história do Maracanã: a vaia que tomou de 140 mil torcedores no dia 13 de maio de 1959. Nesse dia, para comemorar a conquista do título mundial de 1958, a Seleção Brasileira realizou um amistoso contra a Inglaterra, única equipe que não havia perdido para o Brasil durante a Copa da Suécia. Garrincha, acima de seu peso ideal, foi barrado e o locutor do estádio anunciou o ponta-direita: Julinho Botelho. Não houve um torcedor que não vaiasse. Ele escutou tudo do vestiário, virou-se para Nilton Santos e prometeu jogar bem. Modéstia. Aos 2 minutos do primeiro tempo ele fez 1 x 0 e ainda deu o passe para o segundo gol. Saiu aplaudido de pé do Maracanã.
Julinho jogava um futebol de fartos dribles e extrema velocidade, ora fechando em direção ao gol, ora indo até a linha de fundo. E quando chegava ali, não metia um chutão para a área, passava a bola.
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Vai que é sua, Garrincha! Depois de disputar uma excelente Copa do Mundo de 1954, Julinho foi contratado pela Fiorentina, levando o time a títulos inéditos. Com a fama e a experiência de três anos na Europa, o Brasil quis chamá-lo para a Copa de 1958. Os pontas seriam ele e Joel. Julinho recusou o convite. Disse que não seria justo jogar a Copa no lugar de alguém que estava no Brasil e merecia a convocação. Garrincha foi chamado.
Julinho Botelho, 73º lugar (29.7.1929/11.1.2003)
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"Ele Dobrou o Maracanã"
Vá à Florença e pergunte por Sócrates ou Edmundo, dois brasileiros ex-jogadores da Fiorentina. Não importa a idade do torcedor, a resposta inevitável será algo como "nós adoramos Julinho". Para a fanática torcida local, o nome do ponta-direita é sinônimo do grande futebol brasileiro. Seu sucesso na Itália só foi comparável ao de Mazzola, Falcão e Careca. Em 1995, quando a Fiorentina organizou uma festa pelos 40 anos da conquista de seu primeiro scudetto, mandou passagens aéreas e reservou um hotel de luxo para Julinho e sua mulher. O craque foi aplaudido por 40 mil pessoas. No restaurante próximo à sede do clube, há uma placa: "Aqui almoçava Julinho."
Exagero? Não. Julinho tinha realmente futebol para tanto. Começou no Juventus da Mooca, logo brilhou na Portuguesa. Ganhou títulos históricos para Palmeiras e Fiorentina, mas até hoje ele é lembrado por uma das mais marcantes cenas da história do Maracanã: a vaia que tomou de 140 mil torcedores no dia 13 de maio de 1959. Nesse dia, para comemorar a conquista do título mundial de 1958, a Seleção Brasileira realizou um amistoso contra a Inglaterra, única equipe que não havia perdido para o Brasil durante a Copa da Suécia. Garrincha, acima de seu peso ideal, foi barrado e o locutor do estádio anunciou o ponta-direita: Julinho Botelho. Não houve um torcedor que não vaiasse. Ele escutou tudo do vestiário, virou-se para Nilton Santos e prometeu jogar bem. Modéstia. Aos 2 minutos do primeiro tempo ele fez 1 x 0 e ainda deu o passe para o segundo gol. Saiu aplaudido de pé do Maracanã.
Julinho jogava um futebol de fartos dribles e extrema velocidade, ora fechando em direção ao gol, ora indo até a linha de fundo. E quando chegava ali, não metia um chutão para a área, passava a bola.
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Vai que é sua, Garrincha! Depois de disputar uma excelente Copa do Mundo de 1954, Julinho foi contratado pela Fiorentina, levando o time a títulos inéditos. Com a fama e a experiência de três anos na Europa, o Brasil quis chamá-lo para a Copa de 1958. Os pontas seriam ele e Joel. Julinho recusou o convite. Disse que não seria justo jogar a Copa no lugar de alguém que estava no Brasil e merecia a convocação. Garrincha foi chamado.
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27. Jairzinho (66º lugar)
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Jairzinho, 66º lugar *vídeo, gol de Jairzinho* (25.12.1944)
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"O Furacão do México"
Pelé, Rivelino, Tostão. Ao lado de tanta fera, Jair Ventura Filho não só marcou mais que todos eles como se tornou o símbolo do escrete de 70 ao ganhar o apelido de Furacão. O jogador do Botafogo foi o único campeão mundial da história a marcar gols em todos os jogos. E que gols! “Do meio pra frente só tinha camisa 10. Eu, Gérson, Tostão, Pelé e Rivelino, era tudo ponta-de-lança nos seus clubes. Vencemos porque, na Seleção, cada um achou seu lugar no ataque”, explicou Jair.
No final dos anos 50, a família se mudou de Duque de Caxias para o Rio. A rua escolhida para a nova casa foi justamente a General Severiano, onde fica a sede do Botafogo. Das peladas de rua até um teste nas categorias de base do clube foi um passo. Seis anos depois, era titular do time principal e um dos convocados para o Mundial da Inglaterra. Pouco antes, recém-saído do juvenil, recebera no Botafogo uma tarefa das mais complicadas: substituir Mané Garrincha. Foi duro, mas deu conta do recado e conseguiu se tornar ídolo, trocando mais tarde a camisa 7 pela 10.
Artilheiro, campeão do mundo e jogador do grande time alvinegro dos anos 70, Jair era Deus no Rio de Janeiro. Ele se transformou em um dos principais salários do futebol brasileiro no início daquela década. Encantados com o futebol-samba do Brasil, os franceses do Olympique de Marselha contrataram Jair e Paulo César Caju em 1974. Mas a passagem foi rápida. Jair preferiu deixar a Europa quando foi acusado de agredir um bandeirinha. Voltou ao Brasil e, aos 31 anos, conseguiu espaço no Cruzeiro e ajudou a levantar a Libertadores de 1976. Perambulou pelo mundo até encerrar a carreira. Mais tarde, virou treinador e empresário – foi um dos descobridores de Ronaldinho Fenômeno.
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No clube dos cem. A CBF vasculhou seus arquivos e descobriu, em 1982, que Jairzinho tinha 99 partidas pela Seleção. Como a última convocação dele havia sido em 1974, a entidade achou melhor preparar um jogo-despedida. Assim, o Furacão entrou no time de Telê Santana que empatou em 1 x 1 com a Tchecoslováquia em 1982 no Morumbi. Para a Fifa, no entanto, ele só tem 82 partidas oficiais.
Jairzinho, 66º lugar *vídeo, gol de Jairzinho* (25.12.1944)
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"O Furacão do México"
Pelé, Rivelino, Tostão. Ao lado de tanta fera, Jair Ventura Filho não só marcou mais que todos eles como se tornou o símbolo do escrete de 70 ao ganhar o apelido de Furacão. O jogador do Botafogo foi o único campeão mundial da história a marcar gols em todos os jogos. E que gols! “Do meio pra frente só tinha camisa 10. Eu, Gérson, Tostão, Pelé e Rivelino, era tudo ponta-de-lança nos seus clubes. Vencemos porque, na Seleção, cada um achou seu lugar no ataque”, explicou Jair.
No final dos anos 50, a família se mudou de Duque de Caxias para o Rio. A rua escolhida para a nova casa foi justamente a General Severiano, onde fica a sede do Botafogo. Das peladas de rua até um teste nas categorias de base do clube foi um passo. Seis anos depois, era titular do time principal e um dos convocados para o Mundial da Inglaterra. Pouco antes, recém-saído do juvenil, recebera no Botafogo uma tarefa das mais complicadas: substituir Mané Garrincha. Foi duro, mas deu conta do recado e conseguiu se tornar ídolo, trocando mais tarde a camisa 7 pela 10.
Artilheiro, campeão do mundo e jogador do grande time alvinegro dos anos 70, Jair era Deus no Rio de Janeiro. Ele se transformou em um dos principais salários do futebol brasileiro no início daquela década. Encantados com o futebol-samba do Brasil, os franceses do Olympique de Marselha contrataram Jair e Paulo César Caju em 1974. Mas a passagem foi rápida. Jair preferiu deixar a Europa quando foi acusado de agredir um bandeirinha. Voltou ao Brasil e, aos 31 anos, conseguiu espaço no Cruzeiro e ajudou a levantar a Libertadores de 1976. Perambulou pelo mundo até encerrar a carreira. Mais tarde, virou treinador e empresário – foi um dos descobridores de Ronaldinho Fenômeno.
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No clube dos cem. A CBF vasculhou seus arquivos e descobriu, em 1982, que Jairzinho tinha 99 partidas pela Seleção. Como a última convocação dele havia sido em 1974, a entidade achou melhor preparar um jogo-despedida. Assim, o Furacão entrou no time de Telê Santana que empatou em 1 x 1 com a Tchecoslováquia em 1982 no Morumbi. Para a Fifa, no entanto, ele só tem 82 partidas oficiais.
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26. Paolo Rossi (65º lugar)
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Paolo Rossi, 65º lugar *vídeo, 3 gols no Brasil* (23.9.1956)
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"Três Vezes o Pesadelo"
Uruguai em 1950. Paolo Rossi em 1982. Foram essas as duas maiores derrotas do Brasil em todos os tempos. O atacante frágil, pequeno, cujos joelhos eram estourados (foram quatro cirurgias e retirados os meniscos) transformou-se no Carrasco de Sarriá para os brasileiros. Mas para os italianos, que até hoje o idolatram, ele é o Bambino d’Oro (menino de ouro).
Aos 15 anos, Rossi entrou nas categorias de base da Juventus, de Turim. Sem chamar a atenção, foi cedido ao Como, onde tampouco deixou saudade. Empurrado dessa vez ao Lanerossi Vicenza, estourou. Levou o time ao título da difícil segunda divisão, marcando 21 gols. Na temporada seguinte, 1977-78, o pequeno Vicenza tornou-se vice-campeão e Rossi o artilheiro da primeira divisão. Gols que o levaram à Copa da Argentina. Fez um excelente Mundial, com a Itália terminando em quarto lugar.
Mesmo festejado na volta, ele permaneceu no pequeno Vicenza, que caiu para a segunda divisão na temporada 1978-79, apesar de Rossi ter marcado 15 gols em 25 jogos. Trocou Vicenza pelo Perugia, onde jogava quando foi acusado de participar de armação de resultados na loteria esportiva italiana. Suspenso por dois anos, voltou a um mês da Copa da Espanha, em 1982, contratado pela Juventus.
Nos três primeiros jogos do Mundial, passou em branco, quase anônimo. Despertou contra a Argentina, depois destruiu o Brasil marcando os três gols na vitória italiana por 3 x 2. Derrubou a Polônia nas semifinais e a Alemanha na final, saindo da Copa como artilheiro (seis gols). Participaria ainda do Mundial do México como um figurante de luxo da delegação e encerrou a carreira em 1987, por causa do problema nos joelhos. Mas já havia garantido um lugar no coração dos italianos.
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Inocência perdida. Paolo Rossi sempre negou ter-se envolvido na armação de resultados na loteria italiana. Inocentado pela Justiça Comum, ele foi condenado pela Justiça Desportiva e ficou sem jogar entre 24 de abril de 1980 e 2 de maio de 1982. Foi proibido até de disputar amistosos. Católico fervoroso, Rossi se recolheu a Vicenza e treinava todos os dias. Em 1981, a Juventus o contratou. Bom negócio, bela história.
Paolo Rossi, 65º lugar *vídeo, 3 gols no Brasil* (23.9.1956)
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"Três Vezes o Pesadelo"
Uruguai em 1950. Paolo Rossi em 1982. Foram essas as duas maiores derrotas do Brasil em todos os tempos. O atacante frágil, pequeno, cujos joelhos eram estourados (foram quatro cirurgias e retirados os meniscos) transformou-se no Carrasco de Sarriá para os brasileiros. Mas para os italianos, que até hoje o idolatram, ele é o Bambino d’Oro (menino de ouro).
Aos 15 anos, Rossi entrou nas categorias de base da Juventus, de Turim. Sem chamar a atenção, foi cedido ao Como, onde tampouco deixou saudade. Empurrado dessa vez ao Lanerossi Vicenza, estourou. Levou o time ao título da difícil segunda divisão, marcando 21 gols. Na temporada seguinte, 1977-78, o pequeno Vicenza tornou-se vice-campeão e Rossi o artilheiro da primeira divisão. Gols que o levaram à Copa da Argentina. Fez um excelente Mundial, com a Itália terminando em quarto lugar.
Mesmo festejado na volta, ele permaneceu no pequeno Vicenza, que caiu para a segunda divisão na temporada 1978-79, apesar de Rossi ter marcado 15 gols em 25 jogos. Trocou Vicenza pelo Perugia, onde jogava quando foi acusado de participar de armação de resultados na loteria esportiva italiana. Suspenso por dois anos, voltou a um mês da Copa da Espanha, em 1982, contratado pela Juventus.
Nos três primeiros jogos do Mundial, passou em branco, quase anônimo. Despertou contra a Argentina, depois destruiu o Brasil marcando os três gols na vitória italiana por 3 x 2. Derrubou a Polônia nas semifinais e a Alemanha na final, saindo da Copa como artilheiro (seis gols). Participaria ainda do Mundial do México como um figurante de luxo da delegação e encerrou a carreira em 1987, por causa do problema nos joelhos. Mas já havia garantido um lugar no coração dos italianos.
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Inocência perdida. Paolo Rossi sempre negou ter-se envolvido na armação de resultados na loteria italiana. Inocentado pela Justiça Comum, ele foi condenado pela Justiça Desportiva e ficou sem jogar entre 24 de abril de 1980 e 2 de maio de 1982. Foi proibido até de disputar amistosos. Católico fervoroso, Rossi se recolheu a Vicenza e treinava todos os dias. Em 1981, a Juventus o contratou. Bom negócio, bela história.
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25. Ademir da Guia (64º lugar)
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Ademir da Guia, 64º lugar *vídeo 1* *vídeo 2* (3.4.1942)
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"O Falso Lento"
Nem Pelé usaria tão bem aquela camisa 10 verde quanto Ademir da Guia. E aqui não cabe discussão. Adeptos incondicionais da controvérsia, os torcedores do Palmeiras só são capazes de ser unânimes em duas coisas na vida: no ódio ao Corinthians e no amor a Ademir da Guia. Tamanha reverência poderia ser explicada pela longevidade (16 anos de Parque Antártica) ou pela quantidade de títulos oficiais (12 conquistas —incluindo cinco Paulistas e dois Brasileiros). Mas o talento de Ademir vai além das simples estatísticas.
Filho de Domingos da Guia, um dos maiores zagueiros do Brasil em todos os tempos, começou a jogar no infantil do Bangu, mas foi levado ao Palmeiras logo no começo dos anos 60. Assinou seu primeiro contrato em agosto de 1961, três dias antes do aniversário do clube. Um presente e tanto. Ele parecia lento com suas passadas largas, mas o ritmo da equipe estava sempre acelerado. Em meio à Era Pelé, só o Palmeiras de Ademir conseguia beliscar títulos. Foi assim em 1963 e 1966. Quando o Santos perdeu fôlego, o Palmeiras se tornou o melhor time do Brasil.
O sucesso que teve no Palmeiras, porém, nunca encontrou equivalência fora do Parque Antártica. Foi convocado escassas 12 vezes para a Seleção Brasileira e seu único Mundial foi o de 1974, quando passou todo o tempo no banco de reservas e só entrou na última partida, a decisão de terceiro lugar contra a Polônia. Foi substituído e o Brasil perdeu. Mágoa? Talvez, mas Ademir é um cavalheiro e diz que do futebol só guardou felicidade.
Não ficou rico, mas teve o reconhecimento da torcida do Palmeiras. É um dos raros jogadores a ganhar estátua no Parque Antártica. “Sem Ademir da Guia o Palmeiras é menos Palmeiras”, definiu o treinador Rubens Minelli ainda nos anos 60.
.
Dupla sublime. Ademir da Guia seria um pouco menos do que foi se não houvesse um homem chamado Dudu jogando ao seu lado. Os dois formaram o que muitos amantes do futebol consideram a dupla ideal, uma espécie de Pelé-Coutinho do meio-campo. A raça e a combatividade de Dudu eram complementadas à perfeição pela maestria e sensibilidade de Ademir da Guia. Os dois foram protagonistas do Palmeiras por 12 anos.
Ademir da Guia, 64º lugar *vídeo 1* *vídeo 2* (3.4.1942)
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"O Falso Lento"
Nem Pelé usaria tão bem aquela camisa 10 verde quanto Ademir da Guia. E aqui não cabe discussão. Adeptos incondicionais da controvérsia, os torcedores do Palmeiras só são capazes de ser unânimes em duas coisas na vida: no ódio ao Corinthians e no amor a Ademir da Guia. Tamanha reverência poderia ser explicada pela longevidade (16 anos de Parque Antártica) ou pela quantidade de títulos oficiais (12 conquistas —incluindo cinco Paulistas e dois Brasileiros). Mas o talento de Ademir vai além das simples estatísticas.
Filho de Domingos da Guia, um dos maiores zagueiros do Brasil em todos os tempos, começou a jogar no infantil do Bangu, mas foi levado ao Palmeiras logo no começo dos anos 60. Assinou seu primeiro contrato em agosto de 1961, três dias antes do aniversário do clube. Um presente e tanto. Ele parecia lento com suas passadas largas, mas o ritmo da equipe estava sempre acelerado. Em meio à Era Pelé, só o Palmeiras de Ademir conseguia beliscar títulos. Foi assim em 1963 e 1966. Quando o Santos perdeu fôlego, o Palmeiras se tornou o melhor time do Brasil.
O sucesso que teve no Palmeiras, porém, nunca encontrou equivalência fora do Parque Antártica. Foi convocado escassas 12 vezes para a Seleção Brasileira e seu único Mundial foi o de 1974, quando passou todo o tempo no banco de reservas e só entrou na última partida, a decisão de terceiro lugar contra a Polônia. Foi substituído e o Brasil perdeu. Mágoa? Talvez, mas Ademir é um cavalheiro e diz que do futebol só guardou felicidade.
Não ficou rico, mas teve o reconhecimento da torcida do Palmeiras. É um dos raros jogadores a ganhar estátua no Parque Antártica. “Sem Ademir da Guia o Palmeiras é menos Palmeiras”, definiu o treinador Rubens Minelli ainda nos anos 60.
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Dupla sublime. Ademir da Guia seria um pouco menos do que foi se não houvesse um homem chamado Dudu jogando ao seu lado. Os dois formaram o que muitos amantes do futebol consideram a dupla ideal, uma espécie de Pelé-Coutinho do meio-campo. A raça e a combatividade de Dudu eram complementadas à perfeição pela maestria e sensibilidade de Ademir da Guia. Os dois foram protagonistas do Palmeiras por 12 anos.
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24. Roger Milla (57º lugar)
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Roger Milla, 57º lugar *vídeo, gol de Milla* (20.5.1952)
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"O Senhor dos Leões"
Ele já era um senhor em 1994. Tinha as marcas do tempo desenhadas no rosto, alguns cabelos brancos já aparecendo. Roger Milla estava com 42 anos quando jogou a Copa do Mundo de 1994, no forte verão americano. Só esse feito já garantiria o camaronês na galeria das legendas da bola. Só que ele fez mais, muito mais. Pode-se dizer que ele foi um dos maiores ídolos do esporte africano de todos os tempos. Entre os anos 70 e 80, foi o melhor jogador do continente. No Mundial de 1990, na Itália, fez com que os “Leões Indomáveis” virassem a sensação do torneio. Marcou quatro gols e comemorou cada um deles com uma sambadinha junto à bandeirinha de escanteio. Segundo Milla, era uma homenagem ao craque Careca, e ao futebol brasileiro, que serviu de inspiração a inúmeros jovens africanos, graças às diversas excursões do Santos pelo continente nos anos 60. Quando Camarões caiu diante da Inglaterra, nas quartas-de-final, seus jogadores sabiam que a missão no Mundial da Itália estava cumprida e os demais países nunca mais olhariam para o futebol africano apenas com simpatia.
A grande campanha de Camarões em 1990 foi uma vingança velada. “Passei 13 anos na França sendo ignorado”, ressentia-se Milla, que já havia disputado o Mundial da Espanha, oito anos antes. Em campo, Milla era rápido e parecia estar sempre no lugar certo. Também não era do tipo fominha. O talento o tirou da África em 1977, quando estava com 25 anos e foi jogar no pequeno Vallenciennes, da França. Fez tanto sucesso que passou por diversos clubes do país. Em 1981, jogando pelo também pequeno Bastia, marcou o gol do título da Copa da França diante do todo-poderoso Saint-Ettiene de Platini. Recebeu o troféu das mãos do então presidente francês, François Mitterrand.
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Amigo do presidente. Amigo do presidente do país, Paul Biya, Milla teve sua convocação garantida na Copa da Itália por pressão do político. Quatro anos depois de ter anunciado a despedida, Milla decidiu jogar a Copa de 94. Biya entrou em ação e deu um jeito de atender o pedido do amigo famoso.
Roger Milla, 57º lugar *vídeo, gol de Milla* (20.5.1952)
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"O Senhor dos Leões"
Ele já era um senhor em 1994. Tinha as marcas do tempo desenhadas no rosto, alguns cabelos brancos já aparecendo. Roger Milla estava com 42 anos quando jogou a Copa do Mundo de 1994, no forte verão americano. Só esse feito já garantiria o camaronês na galeria das legendas da bola. Só que ele fez mais, muito mais. Pode-se dizer que ele foi um dos maiores ídolos do esporte africano de todos os tempos. Entre os anos 70 e 80, foi o melhor jogador do continente. No Mundial de 1990, na Itália, fez com que os “Leões Indomáveis” virassem a sensação do torneio. Marcou quatro gols e comemorou cada um deles com uma sambadinha junto à bandeirinha de escanteio. Segundo Milla, era uma homenagem ao craque Careca, e ao futebol brasileiro, que serviu de inspiração a inúmeros jovens africanos, graças às diversas excursões do Santos pelo continente nos anos 60. Quando Camarões caiu diante da Inglaterra, nas quartas-de-final, seus jogadores sabiam que a missão no Mundial da Itália estava cumprida e os demais países nunca mais olhariam para o futebol africano apenas com simpatia.
A grande campanha de Camarões em 1990 foi uma vingança velada. “Passei 13 anos na França sendo ignorado”, ressentia-se Milla, que já havia disputado o Mundial da Espanha, oito anos antes. Em campo, Milla era rápido e parecia estar sempre no lugar certo. Também não era do tipo fominha. O talento o tirou da África em 1977, quando estava com 25 anos e foi jogar no pequeno Vallenciennes, da França. Fez tanto sucesso que passou por diversos clubes do país. Em 1981, jogando pelo também pequeno Bastia, marcou o gol do título da Copa da França diante do todo-poderoso Saint-Ettiene de Platini. Recebeu o troféu das mãos do então presidente francês, François Mitterrand.
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Amigo do presidente. Amigo do presidente do país, Paul Biya, Milla teve sua convocação garantida na Copa da Itália por pressão do político. Quatro anos depois de ter anunciado a despedida, Milla decidiu jogar a Copa de 94. Biya entrou em ação e deu um jeito de atender o pedido do amigo famoso.
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23. Carrizo (56º lugar)
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Carrizo, 56º lugar *vídeo* (12.5.1926)
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"O Professor Aloprado"
Muitos o definiram como louco. Mas todos reconheciam que ele era um dos melhores, provavelmente, o melhor. Por 23 anos, Amadeo Carrizo jogou no gol do River Plate, time em que chegou menino, para treinar nas categorias amadoras. Foi sete vezes campeão nacional, jogou a Copa do Mundo de 1958.
Carrizo foi o melhor porque, além da segurança que passava ao defender, ele quebrou uma regra sagrada na posição: a de que lugar de goleiro era debaixo das traves. Carrizo não concordava. “Meu local de trabalho não é apenas a área pequena, mas a grande também”, dizia. O ídolo do River Plate foi também o primeiro arqueiro a sair jogando, a driblar fora da área, a funcionar como líbero de sua defesa. E isso nos anos 40!
Figura imponente em campo (1,90 m e 90 kg) e personalista, ele introduziu as luvas. Quando elas viraram peça comum do vestuário do goleiro, apareceu com um gorro de lã na cabeça e foi novamente imitado. Para muitos, isso ofuscava seu talento, imenso. Quem atuou ao seu lado pouco ligava. “Teria feito mais gols se Carrizo jogasse comigo na Europa”, afirmou o grande Alfredo di Stefano, referindo-se aos lançamentos que o argentino fazia com as mãos.
A enorme segurança começou a aparecer logo na estréia, aos 17 anos, num clássico entre River e Independiente na casa adversária. O River venceu por 2 x 1, mas a posição de titular só seria confirmada três anos depois. A partir daí, foram 20 anos seguidos e 521 partidas sem dar chance a ninguém. Nesse período todo, apenas um jogador marcou dez gols nele: Ricardo Infante (ex-Estudiantes e Huracán). Não por acaso foi eleito pela Federação Internacional de Futebol, História e Estatística como o goleiro do século. Carrizo foi um revolucionário.
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Longe da Seleção. Mundial de 58, na Suécia, Carrizo era o titular da Seleção que foi massacrada pela Tchecoslováquia por 6 x 1. Na volta a Buenos Aires, os jogadores, mas especialmente Carrizo, foram recebidos com uma chuva de moedas. O goleiro – como sempre – era o principal acusado. Abalado, Carrizo abriu mão de inúmeras convocações nos dez anos seguintes. Ao todo, jogou apenas 20 partidas pela seleção de seu país.
Carrizo, 56º lugar *vídeo* (12.5.1926)
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"O Professor Aloprado"
Muitos o definiram como louco. Mas todos reconheciam que ele era um dos melhores, provavelmente, o melhor. Por 23 anos, Amadeo Carrizo jogou no gol do River Plate, time em que chegou menino, para treinar nas categorias amadoras. Foi sete vezes campeão nacional, jogou a Copa do Mundo de 1958.
Carrizo foi o melhor porque, além da segurança que passava ao defender, ele quebrou uma regra sagrada na posição: a de que lugar de goleiro era debaixo das traves. Carrizo não concordava. “Meu local de trabalho não é apenas a área pequena, mas a grande também”, dizia. O ídolo do River Plate foi também o primeiro arqueiro a sair jogando, a driblar fora da área, a funcionar como líbero de sua defesa. E isso nos anos 40!
Figura imponente em campo (1,90 m e 90 kg) e personalista, ele introduziu as luvas. Quando elas viraram peça comum do vestuário do goleiro, apareceu com um gorro de lã na cabeça e foi novamente imitado. Para muitos, isso ofuscava seu talento, imenso. Quem atuou ao seu lado pouco ligava. “Teria feito mais gols se Carrizo jogasse comigo na Europa”, afirmou o grande Alfredo di Stefano, referindo-se aos lançamentos que o argentino fazia com as mãos.
A enorme segurança começou a aparecer logo na estréia, aos 17 anos, num clássico entre River e Independiente na casa adversária. O River venceu por 2 x 1, mas a posição de titular só seria confirmada três anos depois. A partir daí, foram 20 anos seguidos e 521 partidas sem dar chance a ninguém. Nesse período todo, apenas um jogador marcou dez gols nele: Ricardo Infante (ex-Estudiantes e Huracán). Não por acaso foi eleito pela Federação Internacional de Futebol, História e Estatística como o goleiro do século. Carrizo foi um revolucionário.
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Longe da Seleção. Mundial de 58, na Suécia, Carrizo era o titular da Seleção que foi massacrada pela Tchecoslováquia por 6 x 1. Na volta a Buenos Aires, os jogadores, mas especialmente Carrizo, foram recebidos com uma chuva de moedas. O goleiro – como sempre – era o principal acusado. Abalado, Carrizo abriu mão de inúmeras convocações nos dez anos seguintes. Ao todo, jogou apenas 20 partidas pela seleção de seu país.
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22. Weah (52º lugar)
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Weah, 52º lugar *vídeo, gol de Weah* (1.10.1966)
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"Amor pela Terra Natal"
Ele queria ser presidente de seu pobre país, a Libéria. Acabou se tornando o melhor jogador do mundo. Para George Weah ainda era pouco. Quando recebeu o prêmio da Fifa, em 1995, os jornalistas estranharam seu discurso. O forte e habilidoso atacante não queria falar sobre seu futebol. Sua verdadeira preocupação ali era arrumar recursos para bancar as despesas da Libéria durante a Copa da África que seria disputada no ano seguinte. Tirou 100 mil dólares do bolso e bancou as passagens aéreas, a hospedagem, a alimentação e a compra de material esportivo.
Weah começou no Young Survivor (jovem sobrevivente), nome bastante apropriado para a sua situação na época. Morador de um bairro pobre, tinha outros 14 irmãos. Era boca demais para comida de menos. Sua vida só começaria a mudar em 1987, quando já estava com 21 anos. Foi contratado pelo Tonnerre Yaoundé, de Camarões, e ali foi campeão ao lado do veterano Roger Milla. Nessa época, a Seleção de Camarões era dirigida pelo francês Claude Le Roy, que o indicou ao Monaco.
Era a vitrine de que Weah precisava. Em quatro temporadas pelo Monaco marcou 47 gols. Em 1992, foi comprado pelo Paris Saint-Germain. Outros três anos e 32 gols para o seu currículo. A experiência no futebol francês foi uma espécie de estágio para enfrentar a pedreira do Campeonato Italiano. E no exigente Milan não decepcionou.
Weah imprimiu um estilo todo particular de jogar futebol: se o caminho mais curto para o gol é uma linha reta, por que não desprezar firulas inúteis e partir em velocidade na sua direção? O liberiano tornou-se ídolo da torcida milanesa desde que chegou, em 1995, justificando o apelido que tinha na África: Oppong (súper).
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Craque sem a bola. Fã de Bob Marley, muçulmano, leitor de livros de sociologia e política, Weah montou em Monróvia um time amador (o Juniors Professionals) e contribuiu para a construção de um hospital infantil e de uma escola de esportes. Pai de três filhos (uma menina adotada), ele jura que sabe preparar um delicioso – e muito apimentado – ensopado de galinha.
Weah, 52º lugar *vídeo, gol de Weah* (1.10.1966)
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"Amor pela Terra Natal"
Ele queria ser presidente de seu pobre país, a Libéria. Acabou se tornando o melhor jogador do mundo. Para George Weah ainda era pouco. Quando recebeu o prêmio da Fifa, em 1995, os jornalistas estranharam seu discurso. O forte e habilidoso atacante não queria falar sobre seu futebol. Sua verdadeira preocupação ali era arrumar recursos para bancar as despesas da Libéria durante a Copa da África que seria disputada no ano seguinte. Tirou 100 mil dólares do bolso e bancou as passagens aéreas, a hospedagem, a alimentação e a compra de material esportivo.
Weah começou no Young Survivor (jovem sobrevivente), nome bastante apropriado para a sua situação na época. Morador de um bairro pobre, tinha outros 14 irmãos. Era boca demais para comida de menos. Sua vida só começaria a mudar em 1987, quando já estava com 21 anos. Foi contratado pelo Tonnerre Yaoundé, de Camarões, e ali foi campeão ao lado do veterano Roger Milla. Nessa época, a Seleção de Camarões era dirigida pelo francês Claude Le Roy, que o indicou ao Monaco.
Era a vitrine de que Weah precisava. Em quatro temporadas pelo Monaco marcou 47 gols. Em 1992, foi comprado pelo Paris Saint-Germain. Outros três anos e 32 gols para o seu currículo. A experiência no futebol francês foi uma espécie de estágio para enfrentar a pedreira do Campeonato Italiano. E no exigente Milan não decepcionou.
Weah imprimiu um estilo todo particular de jogar futebol: se o caminho mais curto para o gol é uma linha reta, por que não desprezar firulas inúteis e partir em velocidade na sua direção? O liberiano tornou-se ídolo da torcida milanesa desde que chegou, em 1995, justificando o apelido que tinha na África: Oppong (súper).
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Craque sem a bola. Fã de Bob Marley, muçulmano, leitor de livros de sociologia e política, Weah montou em Monróvia um time amador (o Juniors Professionals) e contribuiu para a construção de um hospital infantil e de uma escola de esportes. Pai de três filhos (uma menina adotada), ele jura que sabe preparar um delicioso – e muito apimentado – ensopado de galinha.
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21. Obdulio Varela (47º lugar)
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Obdulio Varela, 47º lugar *vídeo, Obdulio é o 5* (20.9.1917/2.8.1996)
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"O Capitão do Bi"
Maior derrota da história do futebol. Nunca o Brasil conseguirá vingar o Uruguai, por mais que digam que a semifinal da Copa de 1970 tenha sido algo parecido. Impossível. Há meio século Obdulio Varela sabia que naquele 16 de julho estava fazendo história. Não em seu país, mas no Brasil, como o homem que foi capaz de fazer uma nação chorar. “Se pudesse jogar aquela final novamente, faria um gol contra”, afirmou o jogador, já velho.
Mulato alto, Obdulio não fez nenhum gol na final de 1950, mas ganhou aquele jogo antes, durante e depois. Antes, quando motivou seus colegas de Seleção, espalhando reportagens dizendo que o Brasil já era campeão. Durante, ao pegar a bola no fundo da rede, no inicial gol brasileiro, e segurá-la por dois minutos embaixo do braço e tranqüilizar seu time. Depois, porque saiu pelas ruas de Copacabana e bebeu anonimamente cerveja com os brasileiros, onde testemunhou a dor da torcida.
Apesar de ser conhecido no Brasil apenas como o capitão da final de 1950, Obdulio Varela foi um dos maiores jogadores da história. Despontou como talentoso meia-esquerda no pequenino Wanderers e, apenas no Peñarol, passou a jogar um pouco mais recuado. Ali, entre 1943 e 1955, foi seis vezes campeão nacional. Na Copa de 1954, era novamente o capitão da Celeste. Estava com 36 anos e só não jogou a semifinal. O Uruguai perdeu. O dinheiro pelo título mundial de 1950 foi usado na compra de um Ford usado — “única coisa que o futebol me deu”, dizia —, pois até as medalhas de ouro pela conquista da Copa ficaram com os dirigentes. Os jogadores se contentaram com réplicas em prata. Morreu pobre, aos 78 anos, na mesma casa em que morava desde que era o mais famoso atleta de seu país.
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Sem patrocinador. Na metade dos anos 50, o Peñarol aceitou um contrato de patrocinador – novidade na época – em suas camisas. Os jogadores ganhariam algum dinheiro também. Obdulio Varela, que em pouco tempo pararia de jogar, se recusou. O Peñarol entrou em campo com dez jogadores patrocinados, mas seu capitão preferiu a velha camisa de sempre.
Obdulio Varela, 47º lugar *vídeo, Obdulio é o 5* (20.9.1917/2.8.1996)
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"O Capitão do Bi"
Maior derrota da história do futebol. Nunca o Brasil conseguirá vingar o Uruguai, por mais que digam que a semifinal da Copa de 1970 tenha sido algo parecido. Impossível. Há meio século Obdulio Varela sabia que naquele 16 de julho estava fazendo história. Não em seu país, mas no Brasil, como o homem que foi capaz de fazer uma nação chorar. “Se pudesse jogar aquela final novamente, faria um gol contra”, afirmou o jogador, já velho.
Mulato alto, Obdulio não fez nenhum gol na final de 1950, mas ganhou aquele jogo antes, durante e depois. Antes, quando motivou seus colegas de Seleção, espalhando reportagens dizendo que o Brasil já era campeão. Durante, ao pegar a bola no fundo da rede, no inicial gol brasileiro, e segurá-la por dois minutos embaixo do braço e tranqüilizar seu time. Depois, porque saiu pelas ruas de Copacabana e bebeu anonimamente cerveja com os brasileiros, onde testemunhou a dor da torcida.
Apesar de ser conhecido no Brasil apenas como o capitão da final de 1950, Obdulio Varela foi um dos maiores jogadores da história. Despontou como talentoso meia-esquerda no pequenino Wanderers e, apenas no Peñarol, passou a jogar um pouco mais recuado. Ali, entre 1943 e 1955, foi seis vezes campeão nacional. Na Copa de 1954, era novamente o capitão da Celeste. Estava com 36 anos e só não jogou a semifinal. O Uruguai perdeu. O dinheiro pelo título mundial de 1950 foi usado na compra de um Ford usado — “única coisa que o futebol me deu”, dizia —, pois até as medalhas de ouro pela conquista da Copa ficaram com os dirigentes. Os jogadores se contentaram com réplicas em prata. Morreu pobre, aos 78 anos, na mesma casa em que morava desde que era o mais famoso atleta de seu país.
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Sem patrocinador. Na metade dos anos 50, o Peñarol aceitou um contrato de patrocinador – novidade na época – em suas camisas. Os jogadores ganhariam algum dinheiro também. Obdulio Varela, que em pouco tempo pararia de jogar, se recusou. O Peñarol entrou em campo com dez jogadores patrocinados, mas seu capitão preferiu a velha camisa de sempre.
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20. Gerson (38º lugar)
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Gerson, 38º lugar *vídeo, Copa 70, final, gol de Gerson é o 2º* (11.1.1941)
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"A Canhota Giratória"
Entre a fama de craque e a de canalha Gérson dividiu sua carreira. Por falar muito, contra tudo e todos, ganhou o apelido de Papagaio. Brigou com jogadores, com dirigentes e com torcedores, mas seu argumento era inapelável: a perna esquerda maravilhosa, capaz de fazer lançamentos com a precisão de passes curtos. Numa época em que meia só atacava, ele também combatia, o que o tornava essencial em qualquer time. Filho de um ex-jogador do América e do Canto do Rio, ainda garoto costumava ouvir os conselhos de ninguém menos que Zizinho, amigo de seu pai.
Com 17 anos, passou a treinar no Flamengo e logo se profissionalizou. Na decisão do Carioca de 1962, o time seria campeão com um empate contra o Botafogo. O técnico Flávio Costa chamou Gérson, deu-lhe a camisa 11 e disse: "Você vai ajudar o Jordan (lateral do Flamengo) a marcar o Garrincha". Gérson tentou argumentar, dizendo que podia pôr o time inteiro na lateral que ninguém seguraria o Garrincha, mas não houve acordo. Resultado: Botafogo 3 x 0. No ano seguinte, os dois voltaram a brigar. O meia foi embora no meio do campeonato, deixando de ser campeão pelo rubro-negro, e acertou com o Botafogo.
Como ele sempre teve bons contratos — e conseguiu fazer fortuna numa época em que poucos jogadores conseguiam —, passou a ter fama de intransigente e mercenário. Mas a de craque permanecia. Ao menos até 1964, quando jogou muito mal um torneio de seleções, a Copa das Nações, em que perdeu até pênalti numa vitória argentina (3 x 0) no Pacaembu. A partir daí, passaram a chamá-lo de covarde. O fiasco brasileiro no Mundial da Inglaterra aumentou ainda mais o tom das críticas. Talvez por isso Gérson tenha feito da Copa de 1970 uma redenção em grande estilo.
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Crônica de uma perna quebrada. Em sua carreira, Gérson quebrou a perna de três jogadores. Um deles num lance acidental (Vaguinho, do Corinthians, em 1971). Os outros dois, não. O primeiro foi Mauro, num treino dos juvenis do Flamengo. "Ele vinha pra quebrar, eu apenas escorei", disse Gérson. A outra foi num amistoso no Maracanã entre Brasil e Peru. "O De La Torre já havia batido numa porção de gente. Pedi para o Pelé passar uma bola dividida e entrei com a sola".
Gerson, 38º lugar *vídeo, Copa 70, final, gol de Gerson é o 2º* (11.1.1941)
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"A Canhota Giratória"
Entre a fama de craque e a de canalha Gérson dividiu sua carreira. Por falar muito, contra tudo e todos, ganhou o apelido de Papagaio. Brigou com jogadores, com dirigentes e com torcedores, mas seu argumento era inapelável: a perna esquerda maravilhosa, capaz de fazer lançamentos com a precisão de passes curtos. Numa época em que meia só atacava, ele também combatia, o que o tornava essencial em qualquer time. Filho de um ex-jogador do América e do Canto do Rio, ainda garoto costumava ouvir os conselhos de ninguém menos que Zizinho, amigo de seu pai.
Com 17 anos, passou a treinar no Flamengo e logo se profissionalizou. Na decisão do Carioca de 1962, o time seria campeão com um empate contra o Botafogo. O técnico Flávio Costa chamou Gérson, deu-lhe a camisa 11 e disse: "Você vai ajudar o Jordan (lateral do Flamengo) a marcar o Garrincha". Gérson tentou argumentar, dizendo que podia pôr o time inteiro na lateral que ninguém seguraria o Garrincha, mas não houve acordo. Resultado: Botafogo 3 x 0. No ano seguinte, os dois voltaram a brigar. O meia foi embora no meio do campeonato, deixando de ser campeão pelo rubro-negro, e acertou com o Botafogo.
Como ele sempre teve bons contratos — e conseguiu fazer fortuna numa época em que poucos jogadores conseguiam —, passou a ter fama de intransigente e mercenário. Mas a de craque permanecia. Ao menos até 1964, quando jogou muito mal um torneio de seleções, a Copa das Nações, em que perdeu até pênalti numa vitória argentina (3 x 0) no Pacaembu. A partir daí, passaram a chamá-lo de covarde. O fiasco brasileiro no Mundial da Inglaterra aumentou ainda mais o tom das críticas. Talvez por isso Gérson tenha feito da Copa de 1970 uma redenção em grande estilo.
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Crônica de uma perna quebrada. Em sua carreira, Gérson quebrou a perna de três jogadores. Um deles num lance acidental (Vaguinho, do Corinthians, em 1971). Os outros dois, não. O primeiro foi Mauro, num treino dos juvenis do Flamengo. "Ele vinha pra quebrar, eu apenas escorei", disse Gérson. A outra foi num amistoso no Maracanã entre Brasil e Peru. "O De La Torre já havia batido numa porção de gente. Pedi para o Pelé passar uma bola dividida e entrei com a sola".
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19. Bobby Moore (37º lugar)
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Bobby Moore, 37º lugar *vídeo* (12.4.1941/24.2.1993)
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"O Protetor da Rainha"
Chamar Bobby Moore de zagueiro era pouco. Ele foi um cão de guarda, do tipo que rosnava pouco, mas resolvia tudo. Guardava o gol inglês como se com a camisa 1 estivesse a própria rainha Elizabeth. Foi tão bom na função que jogou 108 vezes pela Inglaterra. No principal de todos esses jogos — na final do mundial de 1966 —, foi o capitão. Tinha 25 anos e aquela já era sua segunda Copa do Mundo.
Figura certa no Hall da Fama das maiores estrelas do século, Moore fez quase toda a sua carreira no modesto West Ham, de Londres. Aos 17 anos, o quarto-zagueiro estreou no time de cima. Era 1958 e ele ainda demoraria dois anos para se firmar como titular.
Em maio de 1962, a um mês do Mundial do Chile, Moore foi convocado para fazer sua estréia na Seleção, numa goleada de 4 x 0 sobre o Peru. A segunda partida do zagueiro já era válida pela Copa do Mundo. Uma fogueira para o atleta de 21 anos. Porém, ele não tremeu e passou a estar em todas as convocações dos 11 anos seguintes, até novembro de 1973, quando jogou sua 108ª partida e deixou a Seleção, na derrota de 1 x 0 para a Itália, em Wembley. O estádio, aliás, era uma espécie de segundo lar de Moore. Ali, onde Pelé nunca esteve, ele conquistou a Copa da Inglaterra de 1964, a Recopa de 1965 (ambas pelo West Ham) e a Copa do Mundo de 1966.
Em 1974, 26 anos após sua estréia no West Ham, trocou o clube pelo Fulham, ainda menor. Sabe-se lá como, ele conseguiu empurrar o Fulham para a decisão da Copa da Inglaterra de 1975. Do outro lado na decisão estava quem? O West Ham, que saiu vitorioso. Uma tremenda ironia para Moore, então com 34 anos. Ele jogaria depois nos Estados Unidos e trabalharia ainda como treinador. Morreu vítima de câncer, aos 51 anos.
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Prisão na Colômbia. A Seleção Inglesa estava na Colômbia, se preparando para o Mundial de 1970, no México, quando Bobby Moore foi envolvido num obscuro episódio de roubo de jóias. Acusado de afanar um bracelete numa loja em Bogotá, Moore foi preso e não pôde embarcar com o restante da delegação para o México. Só dias depois foi inocentado e liberado para viajar.
Bobby Moore, 37º lugar *vídeo* (12.4.1941/24.2.1993)
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"O Protetor da Rainha"
Chamar Bobby Moore de zagueiro era pouco. Ele foi um cão de guarda, do tipo que rosnava pouco, mas resolvia tudo. Guardava o gol inglês como se com a camisa 1 estivesse a própria rainha Elizabeth. Foi tão bom na função que jogou 108 vezes pela Inglaterra. No principal de todos esses jogos — na final do mundial de 1966 —, foi o capitão. Tinha 25 anos e aquela já era sua segunda Copa do Mundo.
Figura certa no Hall da Fama das maiores estrelas do século, Moore fez quase toda a sua carreira no modesto West Ham, de Londres. Aos 17 anos, o quarto-zagueiro estreou no time de cima. Era 1958 e ele ainda demoraria dois anos para se firmar como titular.
Em maio de 1962, a um mês do Mundial do Chile, Moore foi convocado para fazer sua estréia na Seleção, numa goleada de 4 x 0 sobre o Peru. A segunda partida do zagueiro já era válida pela Copa do Mundo. Uma fogueira para o atleta de 21 anos. Porém, ele não tremeu e passou a estar em todas as convocações dos 11 anos seguintes, até novembro de 1973, quando jogou sua 108ª partida e deixou a Seleção, na derrota de 1 x 0 para a Itália, em Wembley. O estádio, aliás, era uma espécie de segundo lar de Moore. Ali, onde Pelé nunca esteve, ele conquistou a Copa da Inglaterra de 1964, a Recopa de 1965 (ambas pelo West Ham) e a Copa do Mundo de 1966.
Em 1974, 26 anos após sua estréia no West Ham, trocou o clube pelo Fulham, ainda menor. Sabe-se lá como, ele conseguiu empurrar o Fulham para a decisão da Copa da Inglaterra de 1975. Do outro lado na decisão estava quem? O West Ham, que saiu vitorioso. Uma tremenda ironia para Moore, então com 34 anos. Ele jogaria depois nos Estados Unidos e trabalharia ainda como treinador. Morreu vítima de câncer, aos 51 anos.
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Prisão na Colômbia. A Seleção Inglesa estava na Colômbia, se preparando para o Mundial de 1970, no México, quando Bobby Moore foi envolvido num obscuro episódio de roubo de jóias. Acusado de afanar um bracelete numa loja em Bogotá, Moore foi preso e não pôde embarcar com o restante da delegação para o México. Só dias depois foi inocentado e liberado para viajar.
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18. Riva (33º lugar)
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Riva, 33º lugar *vídeo, gol de Riva* (7.11.1944)
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"Um Rei Italiano"
Maior goleador da história da Seleção Italiana, Gigi Riva colocou no mapa do futebol a pequena equipe do Cagliari, onde jogou por 13 anos e fez 164 gols — uma proeza na época em que a Itália assistia aos jogos mais retrancados do planeta. “Não entro em campo para outra coisa que não seja marcar meus gols. Prefiro jogar mal e marcar do que jogar apenas muito bem”, repetia o atacante. Apesar de usar a camisa 11, ser canhoto e aparecer mais pelo lado esquerdo, ele nada se parecia ao ponta tradicional. Também não gostava de passar a bola e vivia chegando à área para fazer seus gols.
Na prática, ele não sabia fazer outra coisa. Nascido numa pequena, pobre e sem graça cidade italiana, seu pai morreu quando Riva tinha 9 anos. Sete anos depois, aos 16, morreu a mãe e ele teve de cuidar das duas irmãs — uma morreu de leucemia e a outra ficou paralítica após um acidente de automóvel. Nada, porém, o abalava, o que lhe rendeu o apelido de Homem do Lago, por sua introspecção. Passou a trabalhar como eletricista e a jogar num time amador, o Laveno, do qual recebia o equivalente a 3 dólares por partida... desde que ganhasse o jogo. Veio dessa época sua obsessão pelas vitórias.
Trocou o Laveno pelo Legnano, da terceira divisão italiana, e pôde abandonar o emprego de eletricista. No Legnano, marcou seis gols na temporada 1962-63 e chamou a atenção do Cagliari.
Ele partiu, então, para a Sardenha. Lá, ajudou a fazer do time azul e vermelho uma força, que chegou à primeira divisão no campeonato seguinte e ao título italiano de 1970. Uma façanha comparável a uma equipe como o Moto Clube, por exemplo, ser campeã do Brasileiro. Riva nunca abandonou o clube do coração, foi presidente do Cagliari nos anos 80.
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Tesouro da ilha. Em 1969, a Internazionale ofereceu 2 milhões de dólares (em valores da época) por Gigi Riva. E, para aplacar a inevitável ira dos torcedores do Cagliari, ainda ergueria um moderno hospital na cidade. A proposta foi recusada. “Até hoje, só o atum nos deu fama. Com Riva, ganhamos a admiração de toda a Itália”, justificou um dirigente. E Riva encerrou sua carreira na ilha.
Riva, 33º lugar *vídeo, gol de Riva* (7.11.1944)
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"Um Rei Italiano"
Maior goleador da história da Seleção Italiana, Gigi Riva colocou no mapa do futebol a pequena equipe do Cagliari, onde jogou por 13 anos e fez 164 gols — uma proeza na época em que a Itália assistia aos jogos mais retrancados do planeta. “Não entro em campo para outra coisa que não seja marcar meus gols. Prefiro jogar mal e marcar do que jogar apenas muito bem”, repetia o atacante. Apesar de usar a camisa 11, ser canhoto e aparecer mais pelo lado esquerdo, ele nada se parecia ao ponta tradicional. Também não gostava de passar a bola e vivia chegando à área para fazer seus gols.
Na prática, ele não sabia fazer outra coisa. Nascido numa pequena, pobre e sem graça cidade italiana, seu pai morreu quando Riva tinha 9 anos. Sete anos depois, aos 16, morreu a mãe e ele teve de cuidar das duas irmãs — uma morreu de leucemia e a outra ficou paralítica após um acidente de automóvel. Nada, porém, o abalava, o que lhe rendeu o apelido de Homem do Lago, por sua introspecção. Passou a trabalhar como eletricista e a jogar num time amador, o Laveno, do qual recebia o equivalente a 3 dólares por partida... desde que ganhasse o jogo. Veio dessa época sua obsessão pelas vitórias.
Trocou o Laveno pelo Legnano, da terceira divisão italiana, e pôde abandonar o emprego de eletricista. No Legnano, marcou seis gols na temporada 1962-63 e chamou a atenção do Cagliari.
Ele partiu, então, para a Sardenha. Lá, ajudou a fazer do time azul e vermelho uma força, que chegou à primeira divisão no campeonato seguinte e ao título italiano de 1970. Uma façanha comparável a uma equipe como o Moto Clube, por exemplo, ser campeã do Brasileiro. Riva nunca abandonou o clube do coração, foi presidente do Cagliari nos anos 80.
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Tesouro da ilha. Em 1969, a Internazionale ofereceu 2 milhões de dólares (em valores da época) por Gigi Riva. E, para aplacar a inevitável ira dos torcedores do Cagliari, ainda ergueria um moderno hospital na cidade. A proposta foi recusada. “Até hoje, só o atum nos deu fama. Com Riva, ganhamos a admiração de toda a Itália”, justificou um dirigente. E Riva encerrou sua carreira na ilha.
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17. Gullit (31º lugar)
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Gullit, 31º lugar *vídeo, gol de Gullit* (1.9.1962)
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"O Fã de Cruyff"
Aquele negro magrelinho gastava a bola nas partidas do Meerboys, um time de moleques do bairro Yordam, em Amsterdã. Na época, Ruud não gostava de ser chamado Gullit, o sobrenome paterno, mas de Dil, o sobrenome de sua mãe. Tinha apenas 8 anos, mas já demonstrava a personalidade forte que marcaria sua imagem, tanto quanto o futebol. Não demorou para ser procurado por um time profissional, o pequeno Haarlem. Ruud Dil Gullit, fã de Cruyff, estava com apenas 16 anos e assinou seu primeiro contrato. Ele viria a ser idolatrado pela torcida de seis clubes de três países diferentes, justamente porque jogava como um amador, pondo o coração a serviço da camisa — fosse como líbero, meio-campista ou atacante.
O começo bem-sucedido no pequenino Haarlem o levou à Seleção Holandesa. Sua estréia aconteceu exatamente no dia em que fez 19 anos, 1º de setembro de 1981, numa vitória contra a Escócia. A precocidade despertou a cobiça de um time maior, o Feyenoord, de Roterdã.
Campeão holandês em 1984, foi contratado pelo PSV Eindhoven, onde ganhou mais dois títulos nacionais (1986 e 1987). Era o bastante para espalhar sua fama pela Europa e abrir o cofre do Milan, que desembolsou 9 milhões de dólares por ele.
O craque de dreadlocks nos cabelos não precisou ir além da primeira temporada para se consagrar, levando o Milan ao primeiro título nacional após 11 anos de fila. Lá ganhou tudo, inclusive o Campeonato Italiano de 1992, em que o Milan não perdeu para ninguém — façanha inédita no país.
Antes de parar de jogar, ele passou três temporadas no Chelsea, como jogador-treinador. Venceu a Copa da Inglaterra de 1997. Advinhe se não virou ídolo lá também?
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Música e política. Em 1988, a diretoria do Milan decidiu que a partida contra a Juventus seria uma boa ocasião para entregar a Ruud Gullit a Bola de Ouro de 1987. Ele concordou, desde que antes da partida pudesse ler um manifesto em homenagem ao líder negro sul-africano Nelson Mandela. A diretoria o convenceu a não falar nada, mas ele distribuiu à imprensa cópia do discurso.
Gullit, 31º lugar *vídeo, gol de Gullit* (1.9.1962)
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"O Fã de Cruyff"
Aquele negro magrelinho gastava a bola nas partidas do Meerboys, um time de moleques do bairro Yordam, em Amsterdã. Na época, Ruud não gostava de ser chamado Gullit, o sobrenome paterno, mas de Dil, o sobrenome de sua mãe. Tinha apenas 8 anos, mas já demonstrava a personalidade forte que marcaria sua imagem, tanto quanto o futebol. Não demorou para ser procurado por um time profissional, o pequeno Haarlem. Ruud Dil Gullit, fã de Cruyff, estava com apenas 16 anos e assinou seu primeiro contrato. Ele viria a ser idolatrado pela torcida de seis clubes de três países diferentes, justamente porque jogava como um amador, pondo o coração a serviço da camisa — fosse como líbero, meio-campista ou atacante.
O começo bem-sucedido no pequenino Haarlem o levou à Seleção Holandesa. Sua estréia aconteceu exatamente no dia em que fez 19 anos, 1º de setembro de 1981, numa vitória contra a Escócia. A precocidade despertou a cobiça de um time maior, o Feyenoord, de Roterdã.
Campeão holandês em 1984, foi contratado pelo PSV Eindhoven, onde ganhou mais dois títulos nacionais (1986 e 1987). Era o bastante para espalhar sua fama pela Europa e abrir o cofre do Milan, que desembolsou 9 milhões de dólares por ele.
O craque de dreadlocks nos cabelos não precisou ir além da primeira temporada para se consagrar, levando o Milan ao primeiro título nacional após 11 anos de fila. Lá ganhou tudo, inclusive o Campeonato Italiano de 1992, em que o Milan não perdeu para ninguém — façanha inédita no país.
Antes de parar de jogar, ele passou três temporadas no Chelsea, como jogador-treinador. Venceu a Copa da Inglaterra de 1997. Advinhe se não virou ídolo lá também?
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Música e política. Em 1988, a diretoria do Milan decidiu que a partida contra a Juventus seria uma boa ocasião para entregar a Ruud Gullit a Bola de Ouro de 1987. Ele concordou, desde que antes da partida pudesse ler um manifesto em homenagem ao líder negro sul-africano Nelson Mandela. A diretoria o convenceu a não falar nada, mas ele distribuiu à imprensa cópia do discurso.
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16. Gento (30º lugar)
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Gento, 30º lugar *vídeo* (21.10.1933)
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"O Eterno Ponta"
Houve um jogador que espanhóis e argentinos consideram o maior de todos: Alfredo di Stefano. Houve um jogador que Alfredo di Stefano considerava o mais solidário de todos e seu parceiro ideal: Francisco Gento. Os dois foram companheiros de Real Madrid por nove anos, entre 1955 e 1964. Quando Di Stefano chegou ao clube, Gento já estava lá. Quando saiu, Gento continuou lá. “Nunca descuidei de minha forma física, nem mesmo nas férias”, afirmou o ponta-esquerda, tentando explicar sua longevidade no futebol. Apenas no Real, ele jogou 18 anos, entre 1953 e 1971.
Gento era muito rápido. Aos 12 anos, colecionava algumas medalhas como velocista. Mesmo com o sucesso nas pistas, ele gostava mesmo era de futebol, tanto que só aceitou treinar na equipe de atletismo da Frente de Juventude de Guernica porque lá havia, também, um time de futebol.
Aos poucos, o destaque que recebia correndo começou a rivalizar com seu talento com a bola. Gento rodou, então, por alguns times sem expressão de sua região até ser chamado pelo Racing Santander. Num jogo contra o Real Madrid, em 1953, arrebentou com o pobre lateral merengue. No dia seguinte, Santiago Bernabeu — lendário presidente do Real — apareceu pessoalmente para fazer uma proposta e levar o ponta-esquerda para a capital. Mudou a história de Gento e do clube.
No Real, deu acabamento ao futebol veloz e ganhou outra característica que o acompanharia até o fim da carreira, a de ser um jogador extremamente solidário, mais preocupado em encontrar um colega desmarcado do que em fazer seus gols ou jogadas individuais. E se tornou recordista de títulos da Copa dos Campeões da Europa: é o único jogador a conquistar a taça seis vezes.
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Eterno reserva. Bueno era o nome do ponta-esquerda reserva do Real na época de Gento. Ele jogava muito raramente. Gento chegou a disputar 15 Copas dos Campeões seguidas e, das 95 partidas da equipe no torneio nesse período, esteve em 88. Foram seis conquistas e dois vice-campeonatos. “Preferi ser reserva de Gento a titular em qualquer outro time”, afirmou o eterno reserva na despedida do ponta do Real.
Gento, 30º lugar *vídeo* (21.10.1933)
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"O Eterno Ponta"
Houve um jogador que espanhóis e argentinos consideram o maior de todos: Alfredo di Stefano. Houve um jogador que Alfredo di Stefano considerava o mais solidário de todos e seu parceiro ideal: Francisco Gento. Os dois foram companheiros de Real Madrid por nove anos, entre 1955 e 1964. Quando Di Stefano chegou ao clube, Gento já estava lá. Quando saiu, Gento continuou lá. “Nunca descuidei de minha forma física, nem mesmo nas férias”, afirmou o ponta-esquerda, tentando explicar sua longevidade no futebol. Apenas no Real, ele jogou 18 anos, entre 1953 e 1971.
Gento era muito rápido. Aos 12 anos, colecionava algumas medalhas como velocista. Mesmo com o sucesso nas pistas, ele gostava mesmo era de futebol, tanto que só aceitou treinar na equipe de atletismo da Frente de Juventude de Guernica porque lá havia, também, um time de futebol.
Aos poucos, o destaque que recebia correndo começou a rivalizar com seu talento com a bola. Gento rodou, então, por alguns times sem expressão de sua região até ser chamado pelo Racing Santander. Num jogo contra o Real Madrid, em 1953, arrebentou com o pobre lateral merengue. No dia seguinte, Santiago Bernabeu — lendário presidente do Real — apareceu pessoalmente para fazer uma proposta e levar o ponta-esquerda para a capital. Mudou a história de Gento e do clube.
No Real, deu acabamento ao futebol veloz e ganhou outra característica que o acompanharia até o fim da carreira, a de ser um jogador extremamente solidário, mais preocupado em encontrar um colega desmarcado do que em fazer seus gols ou jogadas individuais. E se tornou recordista de títulos da Copa dos Campeões da Europa: é o único jogador a conquistar a taça seis vezes.
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Eterno reserva. Bueno era o nome do ponta-esquerda reserva do Real na época de Gento. Ele jogava muito raramente. Gento chegou a disputar 15 Copas dos Campeões seguidas e, das 95 partidas da equipe no torneio nesse período, esteve em 88. Foram seis conquistas e dois vice-campeonatos. “Preferi ser reserva de Gento a titular em qualquer outro time”, afirmou o eterno reserva na despedida do ponta do Real.
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15. Baresi (17º lugar)
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Baresi, 17º lugar *vídeo* (8.5.1960)
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"O Professor da Azzurra"
Franco Baresi jogava tanta bola que bastava assistir a uma partida do Milan para se entender o que era um líbero. Foram raras as vezes em que esse italiano chegou atrasado numa jogada, ou trombou com o atacante. A despeito da eterna camisa para fora do calção — os juízes nem ousavam repreendê-lo —, ele era a elegância em campo. "O líbero não tem direito de errar", resumia. E Baresi não errava.
Quando moleque, foi levado por seu irmão Giuseppe para fazer um teste na Internazionale. Foi reprovado. Franco não desistiu e seguiu até o arquiinimigo Milan, que o aceitou. Tinha 14 anos e um sonho: marcar gols, muitos gols. Desde o início, porém, só era escalado na defesa. Baresi aceitou. Em abril de 1978, o técnico sueco Liedholm (autor do go primeiro gol sueco na final da Copa de 1958, contra o Brasil) decidiu pôr no time principal aquele adolescente que só faria 18 anos dali a duas semanas.
Além de um senso de colocação extraordinário, encontrado em não mais do que meia dúzia de jogadores da história, Baresi era um líder natural, tanto que, aos 22 anos, se tornou capitão do Milan, função que exerceu até abandonar a carreira 15 anos depois. Ali, jogou 716 partidas oficiais (incluindo o período em que o Milan esteve na segunda divisão) e colecionou toda espécie de título — foram dois Mundiais Interclubes, três Copas dos Campeões, três Supercopas Européias e seis Italianos. Um currículo que o levou cedo à Azzurra, aos 22 anos, e o manteve por lá durante 12 anos. Nessas 81 partidas, foi o capitão 31 vezes. Houve um hiato, é verdade. Baresi, que no Mundial de 1982 havia sido reserva de Scirea, não foi convocado para a Copa de 1986 — quem esteve no México foi seu irmão, Giuseppe, da Internazionale. Mas o milanês esteve nas duas Copas seguintes. Abandonou o futebol em outubro de 1997, numa festa com 70 mil torcedores.
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Elogios de Romário. Na Copa de 1994, logo no primeiro jogo da Itália, Baresi sofreu uma lesão no joelho e passou por uma artroscopia. Com 34 anos, suas chances de voltar a jogar eram pequenas. Ele não só voltou, como fez a final contra o Brasil. "Foi a marcação mais implacável que eu recebi em toda a minha carreira", afirmou o atacante brasileiro Romário. Baresi, que perdeu um dos pênaltis, lembra que aquela foi sua derrota mais dolorida. Em tempo: Romário mal tocou na bola.
Baresi, 17º lugar *vídeo* (8.5.1960)
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"O Professor da Azzurra"
Franco Baresi jogava tanta bola que bastava assistir a uma partida do Milan para se entender o que era um líbero. Foram raras as vezes em que esse italiano chegou atrasado numa jogada, ou trombou com o atacante. A despeito da eterna camisa para fora do calção — os juízes nem ousavam repreendê-lo —, ele era a elegância em campo. "O líbero não tem direito de errar", resumia. E Baresi não errava.
Quando moleque, foi levado por seu irmão Giuseppe para fazer um teste na Internazionale. Foi reprovado. Franco não desistiu e seguiu até o arquiinimigo Milan, que o aceitou. Tinha 14 anos e um sonho: marcar gols, muitos gols. Desde o início, porém, só era escalado na defesa. Baresi aceitou. Em abril de 1978, o técnico sueco Liedholm (autor do go primeiro gol sueco na final da Copa de 1958, contra o Brasil) decidiu pôr no time principal aquele adolescente que só faria 18 anos dali a duas semanas.
Além de um senso de colocação extraordinário, encontrado em não mais do que meia dúzia de jogadores da história, Baresi era um líder natural, tanto que, aos 22 anos, se tornou capitão do Milan, função que exerceu até abandonar a carreira 15 anos depois. Ali, jogou 716 partidas oficiais (incluindo o período em que o Milan esteve na segunda divisão) e colecionou toda espécie de título — foram dois Mundiais Interclubes, três Copas dos Campeões, três Supercopas Européias e seis Italianos. Um currículo que o levou cedo à Azzurra, aos 22 anos, e o manteve por lá durante 12 anos. Nessas 81 partidas, foi o capitão 31 vezes. Houve um hiato, é verdade. Baresi, que no Mundial de 1982 havia sido reserva de Scirea, não foi convocado para a Copa de 1986 — quem esteve no México foi seu irmão, Giuseppe, da Internazionale. Mas o milanês esteve nas duas Copas seguintes. Abandonou o futebol em outubro de 1997, numa festa com 70 mil torcedores.
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Elogios de Romário. Na Copa de 1994, logo no primeiro jogo da Itália, Baresi sofreu uma lesão no joelho e passou por uma artroscopia. Com 34 anos, suas chances de voltar a jogar eram pequenas. Ele não só voltou, como fez a final contra o Brasil. "Foi a marcação mais implacável que eu recebi em toda a minha carreira", afirmou o atacante brasileiro Romário. Baresi, que perdeu um dos pênaltis, lembra que aquela foi sua derrota mais dolorida. Em tempo: Romário mal tocou na bola.
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14. Zico (16º lugar)
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Zico, 16º lugar *vídeo, gols de Zico* (3.3.1953)
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"Fla em Carne e Osso"
Clube de futebol tem alma? Dizer que determinado craque é a alma de um clube costuma ser retórica pura. Não no caso do Flamengo e de Zico. Trata-se do maior goleador do Flamengo, segundo maior artilheiro da Seleção Brasilera. A carreira de qualquer jogador resumida nesses dois itens já o colocaria num pedestal da história do esporte. Mas Zico chegou ainda mais alto. Profissional irretocável, Arthur Antunes Coimbra sempre demonstrou, acima de qualquer coisa, seu amor pelo rubro-negro. “Não trocaria nenhum título que ganhei pelo Flamengo por uma Copa do Mundo”, resumiu.
Pela Seleção Brasileira, Zico jogou — e perdeu — três Copas do Mundo (78, 82 e 86). Por ironia, nessas três disputas o Brasil foi derrotado apenas uma vez (nos 3 x 2 para a Itália em 1982), pois saiu invicto do Mundial da Argentina e caiu somente nos pênaltis na Copa do México diante da França. Nesse jogo, ele perdeu o pênalti que poderia levar o Brasil às semifinais. A frustração foi tanta que Zico considera esse como o dia mais triste de sua vida no futebol. Passado o Mundial, teve de ser operado novamente do joelho. Mais alguns meses de recuperação e outro retorno, em 1987: “Para mim, vestir o uniforme do Flamengo de novo é mais importante que ganhar qualquer título”.
Chegou à Gávea ainda adolescente. No Flamengo, que logo percebeu ter em mãos um fenômeno, passou por exames, exercícios e dietas que lhe deram (um pouco mais de) altura e massa muscular. O resto, Zico tinha de sobra: muito talento. Sua carreira pelo Flamengo teve um hiato entre o segundo semestre de 1983 e a primeira metade de 1985, tempo em que esteve na Udinese, da Itália. Virou ídolo em Udine. O fenômeno se repetiria no oriente. Nos três anos que ficou no Japão, ensinou o país a gostar de futebol. Novamente no Brasil, montou o CFZ (Centro de Futebol Zico).
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Dia de Edmundo. Ele era da paz. Apanhava muito, reclamava pouco. Mas Zico não tinha sangue de barata. Na final do Campeonato Japonês de 1993, teve certeza de que o juiz estava favorecendo o Verdy. E não suportou quando um pênalti foi “inventado” contra o Kashima. Um transtornado Zico cuspiu na bola e foi expulso.
Zico, 16º lugar *vídeo, gols de Zico* (3.3.1953)
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"Fla em Carne e Osso"
Clube de futebol tem alma? Dizer que determinado craque é a alma de um clube costuma ser retórica pura. Não no caso do Flamengo e de Zico. Trata-se do maior goleador do Flamengo, segundo maior artilheiro da Seleção Brasilera. A carreira de qualquer jogador resumida nesses dois itens já o colocaria num pedestal da história do esporte. Mas Zico chegou ainda mais alto. Profissional irretocável, Arthur Antunes Coimbra sempre demonstrou, acima de qualquer coisa, seu amor pelo rubro-negro. “Não trocaria nenhum título que ganhei pelo Flamengo por uma Copa do Mundo”, resumiu.
Pela Seleção Brasileira, Zico jogou — e perdeu — três Copas do Mundo (78, 82 e 86). Por ironia, nessas três disputas o Brasil foi derrotado apenas uma vez (nos 3 x 2 para a Itália em 1982), pois saiu invicto do Mundial da Argentina e caiu somente nos pênaltis na Copa do México diante da França. Nesse jogo, ele perdeu o pênalti que poderia levar o Brasil às semifinais. A frustração foi tanta que Zico considera esse como o dia mais triste de sua vida no futebol. Passado o Mundial, teve de ser operado novamente do joelho. Mais alguns meses de recuperação e outro retorno, em 1987: “Para mim, vestir o uniforme do Flamengo de novo é mais importante que ganhar qualquer título”.
Chegou à Gávea ainda adolescente. No Flamengo, que logo percebeu ter em mãos um fenômeno, passou por exames, exercícios e dietas que lhe deram (um pouco mais de) altura e massa muscular. O resto, Zico tinha de sobra: muito talento. Sua carreira pelo Flamengo teve um hiato entre o segundo semestre de 1983 e a primeira metade de 1985, tempo em que esteve na Udinese, da Itália. Virou ídolo em Udine. O fenômeno se repetiria no oriente. Nos três anos que ficou no Japão, ensinou o país a gostar de futebol. Novamente no Brasil, montou o CFZ (Centro de Futebol Zico).
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Dia de Edmundo. Ele era da paz. Apanhava muito, reclamava pouco. Mas Zico não tinha sangue de barata. Na final do Campeonato Japonês de 1993, teve certeza de que o juiz estava favorecendo o Verdy. E não suportou quando um pênalti foi “inventado” contra o Kashima. Um transtornado Zico cuspiu na bola e foi expulso.
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13. Garrincha (4º lugar)
Em 1999, fiz miniperfis de 21 jogadores publicados na revista Placar, para uma edição sobre os 100 maiores craques do século 20. Reproduzo aqui os meus 21 textos... Nada melhor que começar por Garrincha. Daqui a 17 dias, fará 25 anos de sua morte. Vamos ver quem vai lembrar.
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Garrincha, 4º colocado (em 1º ficou Pelé, em 2º foi eleito Maradona e em 3º esteve Cruyff) *vídeo* (28.10.1933/20.1.1983)
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"Menino de Asas"
Dizer o que de quem fez a torcida gritar pela primeira vez olé dentro de um estádio de futebol? E nem era a torcida do time dele, o Botafogo, mas sim mexicanos que assistiam a uma de suas exibições pelo mundo. O jogo valia por um desses torneios caça-níqueis aos quais o time carioca era convidado. O adversário do Botafogo era o River Plate, da Argentina — o jogo terminou empatado por 1 x 1. O adversário de Garrincha era apenas o lateral Vairo, que, de tão humilhado em campo, acabou substituído. Num dos dribles, o ponta parou, encarou o inimigo e partiu para o cruzamento, como se não houvesse ninguém por ali. Os torcedores soltaram o primeiro "olé", expressão até então típica de touradas. “Não há nada o que fazer, é impossível”, sentenciou Vairo ao sair do gramado. João Saldanha, técnico do Botafogo na época, notou que o argentino estava feliz.
Não havia mesmo nada a fazer diante de Garrincha. Assim como não há como defini-lo senão dizendo que Mané arrebentava. Era imprevisível e dono de um futebol que jamais se enquadrou a esquemas táticos, características que lhe renderam uma das mais incorretas famas dentro do futebol nacional, a de que preferia o drible ao gol, a inconseqüência à vitória. Seu amor pelo espetáculo não significou, em momento algum, que Mané não fosse um atleta obcecado pela vitória. Era, sim. Em quase 13 anos no Botafogo, conquistou os títulos cariocas de 1957, 1961 e 1962 e fez 579 jogos (249 gols). Pela Seleção Brasileira, jogou 50 vezes (13 gols) e perdeu apenas uma — a última, na Copa de 1966, nos 3 x 1 para a Hungria. E quando jogou ao lado de Pelé, o Brasil nunca foi derrotado. É isso mesmo: com Pelé e Garrincha de camisa amarela, ou dava empate ou dava Brasil.
Uma das pessoas que melhor entenderam Mané foi outro botafoguense histórico, o dublê de cronista, jornalista e treinador João Saldanha. “Daqui a 400 anos, toda vez que falarem de futebol, terão de falar de Mané Garrincha”, resumiu Saldanha. Nada mais justo para o ponta que ganhou lugar no time principal do Botafogo por humilhar o lateral de Seleção Brasileira Nilton Santos num treino. “Se Mané não estivesse no mesmo time que eu, dificilmente eu jogaria até os 38 anos e teria sido titular numa Copa do Mundo aos 37”, admitia Nilton Santos, certo de que todos os laterais-esquerdos do país caíam no ostracismo ao enfrentar Garrincha.
Os estragos que fazia com a camisa botafoguense ele repetia com a da Seleção Brasileira. Mané foi bicampeão mundial e, para muitos, não fosse ele o Brasil teria saído da Copa do Chile, em 1962, muito mais cedo. Naquele mundial, Pelé machucou-se no segundo jogo e não voltaria mais ao time. Pois Garrincha assumiu o comando da Seleção, fez quatro gols – tornando-se um dos artilheiros do torneio – e voltou de Santiago com a taça na bagagem. O jornal chileno “El Mercurio” resumiu o que foi a participação dele na Copa com a manchete “De que planeta vem Garrincha?”.
Em 1965, os problemas crônicos com os joelhos já o impediam de jogar e Garrincha praticamente se despediu do Botafogo. No ano seguinte, foi para o Corinthians e depois para o Flamengo. Não tinha mais, no entanto, a mesma ginga, o mesmo arranque. Dispensado, passou a rodar atrás de clubes menores. Vestiu a camisa do Milionários, do Olaria e fez vários jogos na várzea – nos quais ganhava algum dinheiro por partida. Sua última apresentação com uma camisa 7 nas costas aconteceu de forma melancólica, no Natal de 1982. Mané estava com 49 anos e jogou 20 minutos pelo Planaltina, do Distrito Federal, contra um time sindical. Menos de um mês depois, dia 20 de janeiro de 1983, morreu de crise depressiva e em função do porre que havia tomado no Natal.
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Pane nos soviéticos. Maior potência espacial do fim dos anos 50, a União Soviética levava tão a sério a tecnologia que tinha conseguido alguns filmes de jogos do Botafogo, além da ficha completa de Garrincha para brecar o atacante do Brasil na Copa de 1958. Deu dó. Na primeira bola, Mané cortou o zagueiro e mandou a paulada na trave. Era a estréia dele numa Copa e, com míseros 60 segundos, começava a entrar em pane o arsenal tecnológico soviético, capaz de pôr o primeiro homem no espaço, mas insuficiente para brecar Manoel Francisco dos Santos.
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Garrincha, 4º colocado (em 1º ficou Pelé, em 2º foi eleito Maradona e em 3º esteve Cruyff) *vídeo* (28.10.1933/20.1.1983)
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"Menino de Asas"
Dizer o que de quem fez a torcida gritar pela primeira vez olé dentro de um estádio de futebol? E nem era a torcida do time dele, o Botafogo, mas sim mexicanos que assistiam a uma de suas exibições pelo mundo. O jogo valia por um desses torneios caça-níqueis aos quais o time carioca era convidado. O adversário do Botafogo era o River Plate, da Argentina — o jogo terminou empatado por 1 x 1. O adversário de Garrincha era apenas o lateral Vairo, que, de tão humilhado em campo, acabou substituído. Num dos dribles, o ponta parou, encarou o inimigo e partiu para o cruzamento, como se não houvesse ninguém por ali. Os torcedores soltaram o primeiro "olé", expressão até então típica de touradas. “Não há nada o que fazer, é impossível”, sentenciou Vairo ao sair do gramado. João Saldanha, técnico do Botafogo na época, notou que o argentino estava feliz.
Não havia mesmo nada a fazer diante de Garrincha. Assim como não há como defini-lo senão dizendo que Mané arrebentava. Era imprevisível e dono de um futebol que jamais se enquadrou a esquemas táticos, características que lhe renderam uma das mais incorretas famas dentro do futebol nacional, a de que preferia o drible ao gol, a inconseqüência à vitória. Seu amor pelo espetáculo não significou, em momento algum, que Mané não fosse um atleta obcecado pela vitória. Era, sim. Em quase 13 anos no Botafogo, conquistou os títulos cariocas de 1957, 1961 e 1962 e fez 579 jogos (249 gols). Pela Seleção Brasileira, jogou 50 vezes (13 gols) e perdeu apenas uma — a última, na Copa de 1966, nos 3 x 1 para a Hungria. E quando jogou ao lado de Pelé, o Brasil nunca foi derrotado. É isso mesmo: com Pelé e Garrincha de camisa amarela, ou dava empate ou dava Brasil.
Uma das pessoas que melhor entenderam Mané foi outro botafoguense histórico, o dublê de cronista, jornalista e treinador João Saldanha. “Daqui a 400 anos, toda vez que falarem de futebol, terão de falar de Mané Garrincha”, resumiu Saldanha. Nada mais justo para o ponta que ganhou lugar no time principal do Botafogo por humilhar o lateral de Seleção Brasileira Nilton Santos num treino. “Se Mané não estivesse no mesmo time que eu, dificilmente eu jogaria até os 38 anos e teria sido titular numa Copa do Mundo aos 37”, admitia Nilton Santos, certo de que todos os laterais-esquerdos do país caíam no ostracismo ao enfrentar Garrincha.
Os estragos que fazia com a camisa botafoguense ele repetia com a da Seleção Brasileira. Mané foi bicampeão mundial e, para muitos, não fosse ele o Brasil teria saído da Copa do Chile, em 1962, muito mais cedo. Naquele mundial, Pelé machucou-se no segundo jogo e não voltaria mais ao time. Pois Garrincha assumiu o comando da Seleção, fez quatro gols – tornando-se um dos artilheiros do torneio – e voltou de Santiago com a taça na bagagem. O jornal chileno “El Mercurio” resumiu o que foi a participação dele na Copa com a manchete “De que planeta vem Garrincha?”.
Em 1965, os problemas crônicos com os joelhos já o impediam de jogar e Garrincha praticamente se despediu do Botafogo. No ano seguinte, foi para o Corinthians e depois para o Flamengo. Não tinha mais, no entanto, a mesma ginga, o mesmo arranque. Dispensado, passou a rodar atrás de clubes menores. Vestiu a camisa do Milionários, do Olaria e fez vários jogos na várzea – nos quais ganhava algum dinheiro por partida. Sua última apresentação com uma camisa 7 nas costas aconteceu de forma melancólica, no Natal de 1982. Mané estava com 49 anos e jogou 20 minutos pelo Planaltina, do Distrito Federal, contra um time sindical. Menos de um mês depois, dia 20 de janeiro de 1983, morreu de crise depressiva e em função do porre que havia tomado no Natal.
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Pane nos soviéticos. Maior potência espacial do fim dos anos 50, a União Soviética levava tão a sério a tecnologia que tinha conseguido alguns filmes de jogos do Botafogo, além da ficha completa de Garrincha para brecar o atacante do Brasil na Copa de 1958. Deu dó. Na primeira bola, Mané cortou o zagueiro e mandou a paulada na trave. Era a estréia dele numa Copa e, com míseros 60 segundos, começava a entrar em pane o arsenal tecnológico soviético, capaz de pôr o primeiro homem no espaço, mas insuficiente para brecar Manoel Francisco dos Santos.
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2.1.08
12. Copa 58 (50 anos)
Final de Copa contra os anfitriões, você recebe dentro da área, mata no peito, dá um pequeno chapéu no beque e bate de sem-pulo. Faça um gol assim e você poderá ser chamado de Pelé.
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