3.1.08

33. Romerito (94º lugar)

Em 1999, fiz miniperfis de 21 jogadores para a revista Placar, para uma edição sobre os 100 maiores craques do século 20. Reproduzo aqui os meus 21 textos...
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Romerito, 94º lugar *vídeo, gol de Romerito* (28.8.1960)
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"Chama que ele Resolve"
Meia habilidoso, em um país que costuma exportar zagueiros, Romerito nunca fugiu a chamados. Foi assim desde menino, quando não pensava em ser jogador de futebol, mas sim funcionário público federal como seu pai. Para passar o tempo, jogava nas ruas de Luque, cidade encostada à capital paraguaia, Assunção. O pai, que treinava um time amador, insistiu para que o pequeno Julio César entrasse no Sportivo Luqueño. Ele foi. Estava com 17 anos e, em poucas semanas, estreou nos profissionais.
Dois anos mais tarde, a Seleção Paraguaia tinha um duríssimo compromisso pela frente. Segurar o Brasil no Maracanã para chegar à final da Copa América 1979. Era outro chamado para Romerito, que faria sua estréia na Seleção Principal. Foi autor de um dos gols do empate de 2 x 2 que colocou seu país na final contra o Chile e garantiu a conquista da segunda Copa América de sua história.
A fama de craque logo despertou a atenção dos dirigentes do Cosmos, que buscavam substitutos para Pelé e Beckenbauer. O chamado foi outra vez Romerito. E lá foi ele, aos 20 anos, para os Estados Unidos, onde juntou um bom dinheiro, mas, paralelamente, perdeu o prazer de jogar. Após três anos, tudo o que queria era deixar Nova York. Aí entrou em sua vida Carlos Alberto Torres, que insistiu para que o meia acertasse sua transferência ao Fluminense. Romerito atendeu a mais este chamado e chegou ao Rio no começo de 1984 para ganhar dois títulos estaduais e um brasileiro. Em 1985, ele ajudou a classificar o Paraguai à Copa do Mundo do ano seguinte, no México, a única que disputou. Romerito deixou o Fluminense no início de 1989, aos 28 anos, para atuar no Barcelona. De lá seguiu para o mexicano Puebla e, em seguida, voltou ao pequeno Sportivo Luqueño, seu time do coração
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Não tiro a perna. Apesar de frágil (1,73 m e 68 kg), Romerito trazia no sangue a legítima raça paraguaia. Nunca escapou às divididas e, uma delas, lhe custou uma fratura no perônio da perna esquerda – foram três meses longe dos estádios no fim de 1986: “Não tiro a perna nem em peladas.”

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