3.1.08

34. Bate-pronto

Em 1999, fiz miniperfis de 21 jogadores publicados num especial da revista Placar, para uma edição sobre os 100 maiores craques do século 20. A seguir, as frases de abertura de cada texto, ou, como se diz no jornalismo, os leads (e nos posts a seguir, os textos na íntegra):
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21. ROMERITO. Meia habilidoso, em um país que costuma exportar zagueiros, Romerito nunca fugiu a chamados.
20. GASCOIGNE. Não fosse ele um craque, seria um hooligan.
19. HAGI. Copa de 1990. Entre as prováveis surpresas do Mundial da Itália, a imprensa apontava a Romênia, conduzida por Hagi. Copa de 1994. Entre os times menos cotados, a Romênia, conduzida por Hagi. Copa de 1998. A boa campanha nas Eliminatórias havia credenciado a Romênia como uma Seleção capaz de surpreender na França. O condutor do time? Hagi, sempre ele.
18. ZIZINHO. Pelé teve um ídolo no futebol.
17. FACCHETTI. Terceiro italiano com mais partidas pela seleção de seu país (94), atrás somente do goleiro Dino Zoff (112) e do defensor Paolo Maldini (103), Giacinto Facchetti fez história jogando pela Internazionale de Milão nos anos 60 e 70.
16. JULINHO. Vá à Florença e pergunte por Sócrates ou Edmundo, dois brasileiros ex-jogadores da Fiorentina. Não importa a idade do torcedor, a resposta inevitável será algo como "nós adoramos Julinho".
15.JAIRZINHO. Pelé, Rivelino, Tostão. Ao lado de tanta fera, Jair Ventura Filho não só marcou mais que todos eles como se tornou o símbolo do escrete de 70 ao ganhar o apelido de Furacão.
14. PAOLO ROSSI. Uruguai em 1950. Paolo Rossi em 1982. Foram essas as duas maiores derrotas do Brasil em todos os tempos.
13. ADEMIR DA GUIA. Nem Pelé usaria tão bem aquela camisa 10 verde quanto Ademir da Guia.
12. MILLA. Ele já era um senhor em 1994. Tinha as marcas do tempo desenhadas no rosto, alguns cabelos brancos já aparecendo. Roger Milla estava com 42 anos quando jogou a Copa do Mundo de 1994, no forte verão americano. Só esse feito já garantiria o camaronês na galeria das legendas da bola.
11. CARRIZO. Muitos o definiram como louco. Mas todos reconheciam que ele era um dos melhores, provavelmente, o melhor.
10. GEORGE WEAH. Ele queria ser presidente de seu pobre país, a Libéria. Acabou se tornando o melhor jogador do mundo.
9. OBDULIO VARELA. (...) Nunca o Brasil conseguirá vingar o Uruguai. Obdulio não fez nenhum gol na final de 1950, mas ganhou aquele jogo antes, durante e depois.
8. GERSON. Entre a fama de craque e a de canalha Gérson dividiu sua carreira.
7. BOBBY MOORE. Chamar Bobby Moore de zagueiro era pouco. Ele foi um cão de guarda, do tipo que rosnava pouco, mas resolvia tudo. Guardava o gol inglês como se com a camisa 1 estivesse a própria rainha Elizabeth.
6. RIVA. Maior goleador da história da Seleção Italiana, Gigi Riva colocou no mapa do futebol a pequena equipe do Cagliari, onde jogou por 13 anos e fez 164 gols — uma proeza na época em que a Itália assistia aos jogos mais retrancados do planeta.
5. GULLIT. Aquele negro magrelinho gastava a bola nas partidas do Meerboys, um time de moleques do bairro Yordam, em Amsterdã. Na época, Ruud não gostava de ser chamado Gullit, o sobrenome paterno, mas de Dil, o sobrenome de sua mãe. Tinha apenas 8 anos, mas já demonstrava a personalidade forte que marcaria sua imagem, tanto quanto o futebol.
4. GENTO. Houve um jogador que espanhóis e argentinos consideram o maior de todos: Alfredo di Stefano. Houve um jogador que Alfredo di Stefano considerava o mais solidário de todos e seu parceiro ideal: Francisco Gento.
3. BARESI. Franco Baresi jogava tanta bola que bastava assistir a uma partida do Milan para se entender o que era um líbero.
2. ZICO. Clube de futebol tem alma? Dizer que determinado craque é a alma de um clube costuma ser retórica pura. Não no caso do Flamengo e de Zico.
1. GARRINCHA. Dizer o que de quem fez a torcida gritar pela primeira vez olé dentro de um estádio de futebol?

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