3.1.08

17. Gullit (31º lugar)

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Gullit, 31º lugar *vídeo, gol de Gullit* (1.9.1962)
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"O Fã de Cruyff"
Aquele negro magrelinho gastava a bola nas partidas do Meerboys, um time de moleques do bairro Yordam, em Amsterdã. Na época, Ruud não gostava de ser chamado Gullit, o sobrenome paterno, mas de Dil, o sobrenome de sua mãe. Tinha apenas 8 anos, mas já demonstrava a personalidade forte que marcaria sua imagem, tanto quanto o futebol. Não demorou para ser procurado por um time profissional, o pequeno Haarlem. Ruud Dil Gullit, fã de Cruyff, estava com apenas 16 anos e assinou seu primeiro contrato. Ele viria a ser idolatrado pela torcida de seis clubes de três países diferentes, justamente porque jogava como um amador, pondo o coração a serviço da camisa — fosse como líbero, meio-campista ou atacante.
O começo bem-sucedido no pequenino Haarlem o levou à Seleção Holandesa. Sua estréia aconteceu exatamente no dia em que fez 19 anos, 1º de setembro de 1981, numa vitória contra a Escócia. A precocidade despertou a cobiça de um time maior, o Feyenoord, de Roterdã.
Campeão holandês em 1984, foi contratado pelo PSV Eindhoven, onde ganhou mais dois títulos nacionais (1986 e 1987). Era o bastante para espalhar sua fama pela Europa e abrir o cofre do Milan, que desembolsou 9 milhões de dólares por ele.
O craque de dreadlocks nos cabelos não precisou ir além da primeira temporada para se consagrar, levando o Milan ao primeiro título nacional após 11 anos de fila. Lá ganhou tudo, inclusive o Campeonato Italiano de 1992, em que o Milan não perdeu para ninguém — façanha inédita no país.
Antes de parar de jogar, ele passou três temporadas no Chelsea, como jogador-treinador. Venceu a Copa da Inglaterra de 1997. Advinhe se não virou ídolo lá também?
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Música e política. Em 1988, a diretoria do Milan decidiu que a partida contra a Juventus seria uma boa ocasião para entregar a Ruud Gullit a Bola de Ouro de 1987. Ele concordou, desde que antes da partida pudesse ler um manifesto em homenagem ao líder negro sul-africano Nelson Mandela. A diretoria o convenceu a não falar nada, mas ele distribuiu à imprensa cópia do discurso.

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