3.1.08

28. Julinho Botelho (73º lugar)

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Julinho Botelho, 73º lugar (29.7.1929/11.1.2003)
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"Ele Dobrou o Maracanã"
Vá à Florença e pergunte por Sócrates ou Edmundo, dois brasileiros ex-jogadores da Fiorentina. Não importa a idade do torcedor, a resposta inevitável será algo como "nós adoramos Julinho". Para a fanática torcida local, o nome do ponta-direita é sinônimo do grande futebol brasileiro. Seu sucesso na Itália só foi comparável ao de Mazzola, Falcão e Careca. Em 1995, quando a Fiorentina organizou uma festa pelos 40 anos da conquista de seu primeiro scudetto, mandou passagens aéreas e reservou um hotel de luxo para Julinho e sua mulher. O craque foi aplaudido por 40 mil pessoas. No restaurante próximo à sede do clube, há uma placa: "Aqui almoçava Julinho."
Exagero? Não. Julinho tinha realmente futebol para tanto. Começou no Juventus da Mooca, logo brilhou na Portuguesa. Ganhou títulos históricos para Palmeiras e Fiorentina, mas até hoje ele é lembrado por uma das mais marcantes cenas da história do Maracanã: a vaia que tomou de 140 mil torcedores no dia 13 de maio de 1959. Nesse dia, para comemorar a conquista do título mundial de 1958, a Seleção Brasileira realizou um amistoso contra a Inglaterra, única equipe que não havia perdido para o Brasil durante a Copa da Suécia. Garrincha, acima de seu peso ideal, foi barrado e o locutor do estádio anunciou o ponta-direita: Julinho Botelho. Não houve um torcedor que não vaiasse. Ele escutou tudo do vestiário, virou-se para Nilton Santos e prometeu jogar bem. Modéstia. Aos 2 minutos do primeiro tempo ele fez 1 x 0 e ainda deu o passe para o segundo gol. Saiu aplaudido de pé do Maracanã.
Julinho jogava um futebol de fartos dribles e extrema velocidade, ora fechando em direção ao gol, ora indo até a linha de fundo. E quando chegava ali, não metia um chutão para a área, passava a bola.
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Vai que é sua, Garrincha! Depois de disputar uma excelente Copa do Mundo de 1954, Julinho foi contratado pela Fiorentina, levando o time a títulos inéditos. Com a fama e a experiência de três anos na Europa, o Brasil quis chamá-lo para a Copa de 1958. Os pontas seriam ele e Joel. Julinho recusou o convite. Disse que não seria justo jogar a Copa no lugar de alguém que estava no Brasil e merecia a convocação. Garrincha foi chamado.

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