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Gerson, 38º lugar *vídeo, Copa 70, final, gol de Gerson é o 2º* (11.1.1941)
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"A Canhota Giratória"
Entre a fama de craque e a de canalha Gérson dividiu sua carreira. Por falar muito, contra tudo e todos, ganhou o apelido de Papagaio. Brigou com jogadores, com dirigentes e com torcedores, mas seu argumento era inapelável: a perna esquerda maravilhosa, capaz de fazer lançamentos com a precisão de passes curtos. Numa época em que meia só atacava, ele também combatia, o que o tornava essencial em qualquer time. Filho de um ex-jogador do América e do Canto do Rio, ainda garoto costumava ouvir os conselhos de ninguém menos que Zizinho, amigo de seu pai.
Com 17 anos, passou a treinar no Flamengo e logo se profissionalizou. Na decisão do Carioca de 1962, o time seria campeão com um empate contra o Botafogo. O técnico Flávio Costa chamou Gérson, deu-lhe a camisa 11 e disse: "Você vai ajudar o Jordan (lateral do Flamengo) a marcar o Garrincha". Gérson tentou argumentar, dizendo que podia pôr o time inteiro na lateral que ninguém seguraria o Garrincha, mas não houve acordo. Resultado: Botafogo 3 x 0. No ano seguinte, os dois voltaram a brigar. O meia foi embora no meio do campeonato, deixando de ser campeão pelo rubro-negro, e acertou com o Botafogo.
Como ele sempre teve bons contratos — e conseguiu fazer fortuna numa época em que poucos jogadores conseguiam —, passou a ter fama de intransigente e mercenário. Mas a de craque permanecia. Ao menos até 1964, quando jogou muito mal um torneio de seleções, a Copa das Nações, em que perdeu até pênalti numa vitória argentina (3 x 0) no Pacaembu. A partir daí, passaram a chamá-lo de covarde. O fiasco brasileiro no Mundial da Inglaterra aumentou ainda mais o tom das críticas. Talvez por isso Gérson tenha feito da Copa de 1970 uma redenção em grande estilo.
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Crônica de uma perna quebrada. Em sua carreira, Gérson quebrou a perna de três jogadores. Um deles num lance acidental (Vaguinho, do Corinthians, em 1971). Os outros dois, não. O primeiro foi Mauro, num treino dos juvenis do Flamengo. "Ele vinha pra quebrar, eu apenas escorei", disse Gérson. A outra foi num amistoso no Maracanã entre Brasil e Peru. "O De La Torre já havia batido numa porção de gente. Pedi para o Pelé passar uma bola dividida e entrei com a sola".
3.1.08
20. Gerson (38º lugar)
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