3.1.08

18. Riva (33º lugar)

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Riva, 33º lugar *vídeo, gol de Riva* (7.11.1944)
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"Um Rei Italiano"
Maior goleador da história da Seleção Italiana, Gigi Riva colocou no mapa do futebol a pequena equipe do Cagliari, onde jogou por 13 anos e fez 164 gols — uma proeza na época em que a Itália assistia aos jogos mais retrancados do planeta. “Não entro em campo para outra coisa que não seja marcar meus gols. Prefiro jogar mal e marcar do que jogar apenas muito bem”, repetia o atacante. Apesar de usar a camisa 11, ser canhoto e aparecer mais pelo lado esquerdo, ele nada se parecia ao ponta tradicional. Também não gostava de passar a bola e vivia chegando à área para fazer seus gols.
Na prática, ele não sabia fazer outra coisa. Nascido numa pequena, pobre e sem graça cidade italiana, seu pai morreu quando Riva tinha 9 anos. Sete anos depois, aos 16, morreu a mãe e ele teve de cuidar das duas irmãs — uma morreu de leucemia e a outra ficou paralítica após um acidente de automóvel. Nada, porém, o abalava, o que lhe rendeu o apelido de Homem do Lago, por sua introspecção. Passou a trabalhar como eletricista e a jogar num time amador, o Laveno, do qual recebia o equivalente a 3 dólares por partida... desde que ganhasse o jogo. Veio dessa época sua obsessão pelas vitórias.
Trocou o Laveno pelo Legnano, da terceira divisão italiana, e pôde abandonar o emprego de eletricista. No Legnano, marcou seis gols na temporada 1962-63 e chamou a atenção do Cagliari.
Ele partiu, então, para a Sardenha. Lá, ajudou a fazer do time azul e vermelho uma força, que chegou à primeira divisão no campeonato seguinte e ao título italiano de 1970. Uma façanha comparável a uma equipe como o Moto Clube, por exemplo, ser campeã do Brasileiro. Riva nunca abandonou o clube do coração, foi presidente do Cagliari nos anos 80.
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Tesouro da ilha. Em 1969, a Internazionale ofereceu 2 milhões de dólares (em valores da época) por Gigi Riva. E, para aplacar a inevitável ira dos torcedores do Cagliari, ainda ergueria um moderno hospital na cidade. A proposta foi recusada. “Até hoje, só o atum nos deu fama. Com Riva, ganhamos a admiração de toda a Itália”, justificou um dirigente. E Riva encerrou sua carreira na ilha.

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